De acordo com a entidade, de janeiro a maio deste ano, a indústria de bens de capital brasileira exportou US$ 4,4 bilhões, o que representa um crescimento de 32,9% ante igual período de 2010.
Já as importações brasileiras de máquinas e equipamentos somam US$ 11,6 bilhões no ano. O valor é 33,7% maior do que o acumulado no mesmo período do ano passado.
Apesar da balança comercial desfavorável, o faturamento das empresas do setor continua crescendo em 2011. Em maio, as companhias faturaram R$ 6,6 bilhões, já descontada a inflação. Esse valor é 2,6% maior do que o verificado em abril.
De janeiro a maio, o faturamento acumulado é R$ 31,4 bilhões. O montante é 9% superior ao registrado no mesmo período de 2010.
Mas a Abimaq não vê muitos motivos para comemorar. Segundo o presidente da entidade, Luiz Aubert Neto, as máquinas de outros países estão cada vez mais presentes no mercado brasileiro. A crise já obrigou empresas nacionais a revender produto importado.
? O faturamento subiu, mas não com base no produto nacional. Muitas empresas estão comprando equipamentos de fora, principalmente da China, modificando, colocando suas marcas e revendendo aqui. Em 2004, 40% das máquinas vendidas aqui vinham de fora e hoje são 60%. E, das produzidas aqui, metade dos componentes são importados ? ressalta.
No segmento agrícola, a diferença entre o que Brasil exporta e importa nas máquinas, de janeiro a maio, o saldo ainda é positivo, mas as exportações crescem menos que importações. Alem do dólar baixo, o que mais preocupa é a concorrência chinesa.
A entidade deve pedir ao governo nos próximos dias, pelo menos 10 medidas de salvaguarda contra máquinas e peças do país asiático. Nos cálculos da indústria, o produto chinês chega com preço até cinco vezes menor que o praticado no Brasil.
? Não dá para competir com uma máquina que chega a um preço muito mais baixo que o produto fabricado no Brasil. Mas é difícil o Brasil tomar medidas contra a China por ser seu principal cliente ? reconhece.
A Abimaq informou que, na semana que vem, deve participar de uma audiência pública, em Brasília, sobre a competitividade do Brasil. A entidade cobra melhores condições de financiamento de produtos, além de redução da taxa de juros e de impostos.