Demanda no mercado de grãos é mais firme do que está apresentado no relatório do USDA

Importação da China já é 15% superior ao mesmo período no ano passado; analistas alertam que a soja de variedade precoce só deve estar disponível a partir de janeiroO mercado já incorporou aos preços a expectativa de grandes safras de grãos nos Estados Unidos e América do Sul, afirmam consultores de mercado. Por outro lado, a demanda está firme e com tendência de progresso. Nos próximos dias, o mercado climático deverá dar suporte de alta para vencimentos mais curtos negociados na Bolsa de Chicago, já que a colheita esta atrasada em função de chuvas nos Estados Unidos e no Brasil o plantio está atrasado em razão da seca.

Falta de chuva afeta o plantio de soja:

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Há um piso para os negócios da soja no mercado futuro de Chicago em US$9,50 por bushel, segundo o consultor de mercado Carlos Cogo. A linha dos contratos futuros não está mais na horizontal. O prêmio está positivo no porto, entre 0,60 e 0,70 centavos de dólar. A cotação de US$10,50 por bushel já cobre o custo de produção em todas as regiões produtoras no Brasil, afirma Cogo.

Segundo a Carlos Cogo Consultoria, a China aumentou a importação de soja em grão esse ano em comparação com 2013.

– Na China importaram 52 milhões de toneladas de soja em grão. É 15% acima do ano passado. O USDA reportou pouco mais de 5% nas importações chinesas. O mundo “físico” está aproveitando para se abastecer e estocar – afirma.

A demanda por proteína animal deve continuar favorecendo a demanda por grãos, de acordo com levantamento do SIM Consult.

– Está havendo uma forte reposição dos rebanhos, que são alimentados por farelo de soja, para cobrir o grave déficit de proteína animal. Existe uma forte solicitação da demanda para o aumento de produção dos alimentos à base da proteína animal.

Perspectivas de preços mais remunerados tem feito os produtores adiar a fixação de preços a futuro para a soja. Segundo levantamento da AgRural, as vendas da nova safra avançaram apenas 3 pontos do mês de setembro, chegando a 13% da produção esperada – menor índice desde 2009/2010.

– A alta do dólar estimulou os negócios, mas não o suficiente para diminuir a diferença entre os 15% comercializados nesta safra e os 39% de um ano atrás – afirma Fernando Muraro.

Sobre o clima, Muraro o atraso no plantio da soja no Brasil deve fazer com que a soja precoce esteja disponível no mercado só a partir de janeiro.

Confira a entrevista de Muraro no Mercado e Cia:

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