Demanda por açúcar deve sustentar preço global elevado, prevê OCDE

Organização aponta grande volatilidade nas cotações por causa dos ciclos de produção na ÁsiaOs preços do açúcar permanecerão elevados no médio prazo, sustentados pela firme demanda por alimentos e biocombustíveis, afirmou nesta quarta, dia 11, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A instituição prevê grandes flutuações ocasionais no comércio e volatilidade nos preços por causa dos ciclos de produção na Ásia. Preços estruturalmente mais altos e mais remuneradores devem estimular um maior crescimento da produção global de açúcar, principalmente de cana, confor

O relatório recorda que a produção global deve alcançar 208 milhões de toneladas até 2021/2022, 43 milhões de toneladas acima da média de 2009 a 2011. As colheitas de cana-de-açúcar do Brasil devem alcançar mais de 1,1 bilhão de toneladas em 2021/2022, consolidando a posição do país como maior produtor mundial de fornecedor da commodity.

O aumento da produção global do Brasil e de outros países deve permitir, inicialmente, uma expansão dos estoques, mas o crescimento médio do consumo global é estimado em 2,1% ao ano, o que deve reduzi-los novamente. Isso levará a uma queda na relação entre estoques e consumo e dar algum suporte aos preços de mercado. A volatilidade do mercado também reflete ciclos de produção de açúcar na Índia e em alguns países vizinhos da Ásia, além de políticas dos governos para intervir nos mercados. Outra influência são as flutuações nos preços do petróleo e de energia.

Os preços do açúcar devem permanecer num nível elevado até 2021 e acima da média da última década, tanto em termos nominais quanto em termos reais, avaliou o relatório da OCDE e da FAO. Em 2021/2022, os preços do açúcar demerara na bolsa ICE Futures US, em Nova York, devem se manter a 22 cents/libra-peso (na manhã desta quarta operavam a 22,87 cents/lb), enquanto na Liffe, em Londres, os preços do açúcar refinado devem permanecer a US$ 566/t (nesta manhã, operavam a US$ 659,60/t). O prêmio do açúcar refinado sobre o demerara deve diminuir ao longo do período analisado, ficando em média a US$ 82/t.