ENTREVISTA

Demanda por alface cresce com onda de calor, mas desafia produtores

Altas temperaturas impactam o Brasil desde o início da primavera, impulsionando a demanda por hortaliças, especialmente a alface

Uma onda de calor atípica, influenciada pelo fenômeno El Niño, impacta o Brasil desde o início da primavera, impulsionando a demanda por hortaliças, especialmente a alface. De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o Sudeste, responsável por mais de 40% da produção nacional de hortaliças, é a região mais afetada.

O pesquisador João Vitor Vicenti, do Cepea, destaca os desafios enfrentados pelas plantações devido ao calor extremo. O aumento nas temperaturas resulta em perdas de produtividade e qualidade para diversas culturas, como tomate, batata, cebola e alface. A queima das bordas da alface, conhecida como “deep burn,” e a falta de absorção de cálcio são problemas recorrentes.

Para minimizar danos, João sugere técnicas como o plantio direto com cobertura de palhada nos canteiros, reduzindo a variação de temperatura no solo. O uso de mulching plástico também é uma opção. Quanto à oferta, espera-se uma redução em regiões do Sul devido às chuvas, enquanto outras áreas podem ter aumento devido ao desenvolvimento acelerado das plantas.

Vicenti projeta um aumento na área plantada para o verão, período de demanda elevada. No entanto, a possibilidade de granizo com a chegada de uma frente fria pode impactar negativamente o ritmo de plantio e a produtividade. Produtores buscam equilibrar oferta e demanda em um cenário desafiador.

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