O diretor executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira, disse que o reajuste no piso mínimo do frete rodoviário, anunciado nesta terça-feira, 19, pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), não trará impacto para o setor agropecuário porque, graças à demanda, o valor praticado para transporte rodoviário de grãos está acima do indicado na tabela.
“Esse reajuste já é previsto na lei do piso mínimo, sendo feito em julho e janeiro”, disse Ferreira. “O reajuste que será feito agora não impacta em nada para nós. Nós sempre estamos pagando acima do valor do piso mínimo”, diz.
Ao longo do ano passado, a média dos fretes ficou acima do piso mínimo, embora os valores tenham recuado em novembro e dezembro em relação ao desembolsado no pico das safras de grãos. “Em janeiro volta ao normal e vai num crescente em janeiro, fevereiro e março. Em abril começa a se estabilizar, em maio reduz um pouco”, disse. “Isso é normal. Se tem muita carga e pouco caminhão, o valor sobe, mas, se tem muito caminhão e pouca carga, o valor desce”, explica Ferreira
Questionada sobre o reajuste no piso mínimo, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) disse que, “desde o princípio se manifesta contra a política do tabelamento de fretes e, mais uma vez, repudia esta medida”. Mas informou que vai cumprir a tabela com as alterações anunciadas pelo governo.
“A associação, que no passado já se manifestou sobre a ineficiência e inconstitucionalidade da tabela, acredita que, deixando livre o jogo de oferta e demanda, os custos praticados nos contratos de transportes de cargas estariam acima dos indicados na tabela”, disse a associação, em nota.