? Esse ciclo de baixa é curto, já ocorreu outras vezes e não vai persistir, porque não existe estoque de alimentos no mundo ? afirmou o empresário.
O vice-presidente da AGCO na América do Sul, André Carioba, ressalvou a dificuldade de prever o comportamento do mercado, mas avaliou que o cenário é de alta no longo prazo, diante da demanda crescente por alimentos.
? É natural que haja ciclos de baixa e de alta no mercado agrícola, mas a demanda por comida será crescente e virá, principalmente, em países como China, Índia e os da América do Sul. O futuro indica um bom cenário ? disse ele.
Para o sócio-diretor da RC Consultores Fábio Silveira, a pressão sobre os preços deve se manter no curto prazo. Em palestra da Agrishow, disse que, no caso da soja, somente uma forte sinalização de demanda, principalmente vinda da China, pode reverter o quadro.
Entre as principais commodities, Silveira traçou um cenário positivo apenas para o açúcar e o etanol, justamente pela demanda forte e os estoques baixos.
? O açúcar chegou a 35 cents (por libra-peso), recuou 24% recentemente, mas acho que pode subir mais uns 15%. Já o etanol cai no início da safra, mas a escassez seguirá com a pressão da demanda ? afirmou Silveira.
O ex-secretário de Agricultura de São Paulo, João Sampaio, disse esperar que a queda nos preços futuros das commodities “seja só um soluço, com as realizações no mercado futuro”. Para Sampaio, a alta no dólar, que poderia compensar a baixa, foi muito pequena em comparação à queda das commodities.