Demarcações de terras indígenas não devem ser suspensas, diz Gleisi Hoffmann

Funai deve continuar atuando na demarcação de terras, mas um novo modelo, com a supervisão de outras entidades, será apresentado até julho pelo governo federalUm novo modelo de demarcação de terras indígenas deve ser apresentado até julho. Até lá, as demarcações de terras indígenas pela Fundação Nacional do Índio (Funai), não devem ser suspensas. A garantia foi dada nesta segunda, dia 3, pelo governo federal, após reunião da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Os conflitos entre indígenas e produtores rurais pela disputa de terras ficaram mais intensos em maio, quando várias fazendas foram o

>> Justiça dá novo prazo para que terenas deixem fazenda onde índio foi morto em Mato Grosso do Sul

>> Indígenas desrespeitam acordo de não-invasão e ocupam mais uma fazenda em MS

Gleisi Hoffmann garantiu que, para criar o novo modelo de demarcações, vai ouvir representantes dos setores interessados na solução do impasse. A ministra chegou no início da tarde à CNBB e se reuniu durante 1h30min com o representante da entidade religiosa. O Ministerio da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e a Embrapa também devem ser escutadas.

– A Funai é fundamental, mas queremos ouvir outros órgãos – explicou Gleisi.

Segundo a ministra, a desocupação de fazendas invadidas está sob a responsabilidade da Justiça.

– Vamos cumprir o que a Justiça determinar. O Conselho Nacional de Justiça está cuidando disso.

Na visão da CNBB, os índios têm o direito à terra, legitimado na Constituição, e deverão ocupar esses territórios. 

– As demarcações de terras terão que acontecer. São determinados. Eles têm seus direitos – declarou o secretário-geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner.

Representantes da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf) estiveram em Brasília e tentaram participar da reunião, mas não puderam entrar. A assessoria de imprensa da Casa Civil informou que novas reuniões com outras entidades para tratar do tema ainda não estão marcadas.

Clique aqui para ver o vídeo