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Demissões na Azaleia apressam apoio do governo a calçadistas

Governador Tarso Genro promete adotar medidas para retomar a competitividade do setor no Rio Grande do SulEmbora ainda não tenha anunciado medidas de apoio ao setor calçadista, o governo gaúcho começa hoje a estudar programa que sirva para revitalizar o segmento, cuja situação foi agravada pela demissão de 840 funcionários da tradicional produtora de calçados femininos. Uma das ideias em análise será tornar o Vale do Sinos uma região considerada prioritária para receber novos investimentos de empresas interessadas em se expandir ou em se instalar no Rio Grande do Sul

Um dia depois de o fechamento da unidade industrial da Azaleia em Parobé (RS) surpreender os gaúchos, o governador Tarso Genro promete adotar medidas para retomar a competitividade do setor no Rio Grande do Sul. O Vale Calçadista está desafiado a se remodelar para reagir ao aumento da concorrência externa e à consolidação do deslocamento da produção para o Nordeste.

A extinção da linha produtiva deixou mais evidente a urgência de melhorar a competitividade da indústria calçadista gaúcha, modelo internacional de produção até a década de 90, apesar de o setor já ter aberto no município uma seleção para absorver os 840 trabalhadores demitidos. A câmara temática do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), que seria instalada apenas na semana que vem, terá sua primeira reunião nesta quarta, dia 11. O encontro será reforçado com a presença de representantes do Banrisul e do Badesul, além do presidente da Agência Gaúcha de Promoção do Investimento (AGDI), Marcus Coester. O fechamento industrial da Azaleia provocou mal-estar no governo, pego de surpresa pela decisão.

A decisão foi decorrência da guerra fiscal, que incentivou a migração da empresa e de outras indústrias calçadistas para o Nordeste ainda nos anos 90. Depois disso, a fábrica, que já teve 10 mil funcionários no Estado, implantou unidades na Argentina e na Índia voltadas para o mercado externo ? caminho que vem sendo seguido por outras empresas. Pesou também para o cenário de crise o fator cambial, já que a Azaleia exporta cerca de 30% da sua produção.

A Azaleia desativou a última unidade industrial que mantinha no Rio Grande do Sul depois de 53 anos de atividade. A empresa afirma que perdeu competitividade no Estado ? a companhia emprega 44 mil pessoas em 27 unidades industriais no Nordeste, na Argentina e na Índia.

? Entre as fábricas que temos no Brasil, era a de maior custo e de menor escala. Por isso a opção pelo encerramento ? disse o presidente da Azaleia, Milton Cardoso.

Para Hélio Henkin, diretor da Faculdade de Ciências Econômicas da UFRGS e consultor na área de competitividade industrial, a valorização do real ante o dólar, a fuga de mecanismos oficiais de proteção à concorrência externa desleal e a alta dos custos de produção são os três fatores que, conjugados, estão dificultando a vida de setores intensivos em mão de obra. Segundo Henkin, especialista nos setores de calçados, têxteis e móveis, o problema do custo se agrava no Rio Grande do Sul devido aos maiores salários e a preços de serviços valorizados.

Reunião emergencial traça estratégias

Segundo Henkin, a saída para escapar da concorrência dos calçados asiáticos, por exemplo, é evitar a disputa por preço ao direcionar a produção para um calçado de mais conteúdo, design e qualidade intrínseca. Outra saída é apostar no mercado interno.

O governo estadual não anunciou nenhuma medida, mas estuda incluir o Vale do Sinos como uma das áreas prioritárias para a atração de novos investimentos. Aos poucos, quer modificar a vocação industrial da região, que tem a maior concentração de indústrias calçadistas do Estado.

Nesta terça, dia 10, uma reunião de emergência entre o governador Tarso Genro e os secretários de Desenvolvimento, Mauro Knijnik, do Trabalho, Luis Augusto Lara, e da Economia Solidária, Maurício Dziedricki, traçou as primeiras estratégias para amenizar o drama social causado pela demissão coletiva.

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