Santos, que também é presidente do Sindicato Rural de Taquaritinga (SP), ressalta que os leilões são realizados cinco dias úteis após a publicação do aviso pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Ele estima que, caso o leilão fosse realizado ainda em novembro, o governo poderia apoiar a comercialização de pelo menos 10 milhões de caixas, garantindo aos produtores receber o preço mínimo de R$ 10,10/caixa, que foi aprovado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) no fim do mês passado. Os atuais preços da laranja no mercado estão entre R$ 8 a R$ 9 no mercado spot, enquanto a fruta vendida por meio de contratos antecipados é entregue por R$ 7/caixa.
Na avaliação do presidente da câmara setorial, a realização de leilões em dezembro e janeiro deve possibilitar o apoio à comercialização de apenas 7 milhões de caixas das frutas tardias.
– É um volume pequeno em relação à safra estimada em 230 milhões de caixas – disse, lembrando que o volume maior no fim desta safra está sendo entregue às indústrias agora em novembro. O motivo do atraso na adoção das medidas de apoio à citricultura neste ano foi a denúncia de irregularidades nos leilões de Pepro realizados na safra passada, o que provocou atraso no pagamento dos prêmios. Por meio dos leilões, o governo garantiu aos produtores um subsídio de, em média, R$ 4/caixa na venda de 25,7 milhões de caixas de laranja, ao custo de R$ 117,1 milhões. O prêmio banca a diferença entre o preço mínimo de R$ 10,10/caixa e o valor comprovado de venda da fruta.
A Conab ainda está realizando o pagamento dos prêmios dos leilões realizados entre setembro do ano passado e fevereiro deste ano, após analisar caso a caso as documentações entregues pelos produtores para comprovar a venda das frutas. Santos afirmou que até a semana passada a Conab pagou R$ 91,8 milhões a 1.780 citricultores. Ainda estão pendentes pagamentos de R$ 25 milhões a cerca de 300 produtores. Ele informou que está ansioso para ver todas as pendências resolvidas porque nos almoços de fim de semana é cobrado pela família, pois o sogro dele até hoje não recebeu os prêmios arrematados nos leilões da Conab.
Cotações
As vendas de laranja, por sua vez, continuam firmes no mercado de mesa, já que o clima quente aquece a demanda. Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), produtores que possuem frutas de qualidade, principalmente pera temporã, têm conseguido maiores valores. Na parcial da semana (de segunda a quinta), a laranja pera registra média de R$ 12,50 a caixa de 40,8 kg, na árvore, aumento de 1,8% em relação à média da semana anterior. Para a lima ácida tahiti, a média parcial recebida pelo produtor nas vendas nacionais é de R$ 24,14/cx de 27 kg, colhida, queda de 15,1% na comparação com a semana passada.
Em relação à indústria, o baixo rendimento das laranjas da safra 2013/14 de São Paulo continua elevando a demanda industrial pela fruta. No caso das grandes processadoras, os preços oferecidos seguem entre R$ 7,00 e R$ 9,00/cx de 40,8 kg, colhida e posta, e nas pequenas processadoras, de R$ 9,00 a R$ 10,00/cx.