Frente a situação, a presidente Dilma Rousseff se dispõe a assumir o custo político de vetar mudanças pretendidas pela bancada ruralista na Câmara dos Deputados. Afinados com a oposição, aliados de Dilma, escudados pelo PMDB, apadrinharam a emenda apresentada pelo DEM há duas semanas durante a sessão que tentou votar o novo Código. O destaque libera os cultivos já implantados em Áreas de Preservação Ambiental (APP) e é o mesmo texto apresentado pelos democratas. Agora, contudo, a mudança tem o aval de partidos da base governista.
? Não abrimos mãos das APPs e das reservas legais, assim como não iremos anistiar os desmatadores ? afirmou Vacarezza.
Nos bastidores, porém, o Planalto admite que dificilmente terá forças para evitar a derrota. As energias do governo serão concentradas no Senado, próxima etapa do projeto. Com maioria entre os senadores, o Planalto espera reverter as concessões de última hora dadas pelos deputados. Se a operação for malsucedida, Dilma pretende eliminar as mudanças com a caneta presidencial. A estratégia do governo na votação do Código deve ser delineada nessa segunda por Dilma em reunião com o Conselho Político.
Manifestações contra concessões ambientais no Código Florestal ocorreram em várias cidades, como em São Paulo. A ex-senadora Marina Silva afirmou que vai entregar ao Congresso e à presidente Dilma Rousseff carta assinada por ela e por outros ex-ministros do Meio Ambiente pedindo a manutenção das restrições à atividade rural.