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Depois de mais de 30 anos de protecionismo, etanol brasileiro terá livre acesso aos EUA em 2012

Tarifa de US$0,54 imposta por Washington sobre cada galão importado impedia que o biocombustível chegasse ao mercado americano com preços competitivosPela primeira vez em mais de três décadas de forte apoio governamental à produção doméstica e elevadas tarifas contra importações, o mercado dos Estados Unidos finalmente vai se abrir para o etanol brasileiro de cana-de-açúcar. A legislação americana vigente, que inclui altos subsídios para a indústria do etanol e uma pesada tarifa contra o produto importado, expira no dia 31 de dezembro. Entretanto, com o fim das atividades no Congresso americano para 2011 nesta sexta-feira, não haverá mais opo

Apesar de diversas articulações pela extensão dos subsídios e da tarifa durante as últimas semanas de trabalho do Legislativo americano, prevaleceu a coalizão formada por inúmeras empresas e entidades contrárias a esses incentivos, da qual participa a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). Nos últimos meses, a coalizão intensificou seu trabalho contra os subsídios pagos às distribuidoras que fazem a mistura de etanol à gasolina – subsídios que custam ao contribuinte americano cerca de US$6 bilhões por ano. O trabalho também foi intenso contra a manutenção da tarifa de US$0,54 imposta por Washington sobre cada galão importado. A tarifa impedia que o etanol brasileiro chegasse ao mercado americano com preços competitivos.

Acabar com o apoio do governo americano ao etanol doméstico e eliminar barreiras para a entrada do etanol brasileiro eram os principais objetivos do escritório da Unica estabelecido em Washington em 2007. A nova realidade, de acesso desobstruído aos EUA para o etanol brasileiro a partir de janeiro de 2012, exige um novo tipo de acompanhamento, com foco em posições maduras e voltadas para o futuro por parte dos dois países, na visão do presidente da Unica, Marcos Jank.

– Este é o momento em que Brasil e Estados Unidos, que juntos respondem por mais de 80% do etanol produzido no mundo, devem mostrar liderança e trabalhar juntos para criar um verdadeiro mercado global para o etanol, livre de barreiras tarifárias, a exemplo do que já acontece com o petróleo. Os dois países devem dar o exemplo e incentivar o resto do mundo para que produza e utilize mais etanol – afirmou Jank.

O fim da tarifa e dos subsídios dos EUA ao etanol ocorre pouco depois do final da 17ª Reunião da ONU sobre o clima, a COP-17, realizada em Durban, na África do Sul. Naquela oportunidade, os países participantes se comprometeram a reduzir suas emissões e prorrogar o Protocolo de Kyoto até pelo menos 2017. Para Marcos Jank, as conclusões da COP-17 representam uma grande oportunidade global para o etanol, particularmente o de cana-de-açúcar.

– O etanol de cana produzido no Brasil já é reconhecido como o melhor biocombustível do mundo em termos de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa. Esse reconhecimento veio, inclusive, do governo americano, através da Agência de Proteção Ambiental do país (Environmental Protection Agency, ou EPA), que designou o etanol de cana como ‘biocombustível avançado,’ com até 90% de redução de emissões de CO2 comparado com a gasolina. Agora é preciso promover a forte contribuição que o etanol de cana pode trazer para reduzir emissões mundialmente – disse o presidente da Unica.

Jank vê no fim de barreiras tarifárias nos EUA o caminho aberto para que as diferentes matérias primas utilizadas para produzir etanol, como o milho, a beterraba e a cana, sejam avaliadas exclusivamente com base em suas características para produzir biocombustíveis eficientemente.

– O que conta é o baixo uso de energia fóssil para produzir a mais elevada quantidade de energia renovável possível, algo que a cana faz melhor do que qualquer outra matéria-prima. E na atual conjuntura global, vale muito a redução de emissões de gases que causam o aquecimento global, ponto muito forte do etanol de cana. O que não pode prevalecer é a proteção política à matéria prima deste ou daquele país – frisou.

Jank lembrou que a vitória para o etanol brasileiro em Washington vem em um momento de transição para o setor sucroenergético brasileiro, que se esforça para voltar a crescer e atender à demanda por seus produtos, que aumenta fortemente dentro e fora do Brasil.

– Hoje a prioridade é atender o mercado doméstico, mas com o fim da tarifa americana, é possível visualizar a consolidação do etanol como commodity internacional, como já acontece com o açúcar. É um objetivo que o Presidente Lula perseguiu durante oito anos, que pode começar a acontecer e ajudar a incentivar um novo ciclo de crescimento no setor sucroenergético brasileiro – afirmou.

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