Deputados alertam para provável queda na renda da agricultura

Parlamentares apostam em retração maior que a estiamda pelo Banco CentralO impacto da crise econômica global sobre a agricultura brasileira deixou em alerta a Frente Parlamentar da Agropecuária. Os deputados temem que a falta de crédito, aliada à queda dos preços dos produtos no mercado interno e externo, reduza a renda dos agricultores neste ano. A situação é mais difícil para os pequenos e médios produtores.

? A produção já caiu 5% ou 6%. O governo ainda não se deu conta de que a crise chegou ao campo ? disse o deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), coordenador da Frente da Agropecuária, grupo suprapartidário que reúne a bancada ruralista.

Segundo ele, a safra 2008/2009, que será colhida neste semestre, é tema de preocupações imediatas, porque o governo ainda não sinalizou se terá recursos para comprar excedentes e garantir a renda dos agricultores. Além disso, o deputado observa que a colheita acontecerá num momento de queda de preços.

Sem renda, o produtor não conseguirá honrar as dívidas assumidas no início do plantio nem terá como obter recursos bancários para a próxima safra.
 
Desempenho inferior
 
Para os integrantes da frente, o desempenho da agropecuária neste ano ficará abaixo do previsto pelo governo. O Banco Central projetou um crescimento de 1,2% para o país em 2009. Entre os setores, o único em que o BC apostou em queda foi o da agricultura – uma retração de 0,1%.

? Vai cair mais do que isso. A área de suínos, por exemplo, já trabalha no prejuízo há seis meses ? disse o deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS).

Um dos sinais da crise, segundo os parlamentares, pode ser visto na venda e produção de fertilizantes. Dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) mostram que a produção caiu 32,7% no primeiro bimestre do ano, em comparação com igual período de 2008. Já as vendas retrocederam para os indicadores de 2006.

? O setor está em colapso. O crédito não chega na ponta e os prognósticos são ruins ? avaliou o líder do DEM, deputado Ronaldo Caiado (GO). De acordo com ele, os efeitos da crise vão ficar mais evidentes no momento em que o produtor for colher a safra e iniciar a comercialização.