Diego Andrade lembra que há quatro anos o preço mínimo do café, que está em R$ 261,69 a saca, não é corrigido pelo governo e considera o reajuste importante para evitar que os cafeicultores continuem vendendo a produção abaixo dos custos de produção. Ele disse que sugeriu que o governo atenda aos pleitos dos produtores e reajuste o preço mínimo pelo menos pelo valor calculado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que é de R$ 336,13 a saca.
O deputado federal Silas Brasileiro (PMDB/MG), presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), que também participou do encontro, explicou que o reajuste do preço mínimo é o segundo passo importante para dar sustentação às cotações do café. Ele lembra que o primeiro passo foi a decisão do governo de alongar em 12 meses o vencimento das parcelas dos financiamentos que venciam no primeiro trimestre. Em vez vender de 2,5 milhões de sacas para quitar uma parcela da dívida, os produtores poderão vender cerca de 200 mil ao longo de 12 meses, o que alivia a pressão de oferta, diz o deputado.
As próximas etapas das medidas de apoio reivindicadas pelos cafeicultores são os leilões de prêmios de subsídios para equalizar preços (Pepro) e os leilões de títulos de opção de venda para o governo federal, que podem ser exercidos caso os preços de mercado fiquem abaixo de um valor de referência que será estabelecido com base no preço mínimo.
Silas Brasileiro afirmou que a proposta do setor é de realização de leilões de Pepro para apoiar a comercialização de até oito milhões de sacas de café e outros dois milhões de sacas em opções. Ele argumenta que, no caso dos leilões de opções com prêmios de R$ 40 a saca, o governo gastaria R$ 300 milhões, “valor bem abaixo dos R$ 1 bilhão anunciados hoje na desoneração do etanol”.
O deputado Diego Andrade, que preside a Frente Parlamentar Mista da Cafeicultura, diz que uma das preocupações é com implantação de programas de melhoria de qualidade do café, principalmente a variedade arábica, que perde espaço para a variedade robusta (conilon) no mercado mundial nos momentos de alta de preços. Silas Brasileiro afirmou que vai trabalhar pela rotulagem do café no mercado interno, de modo que as torrefadoras sejam obrigadas a informar ao consumidor os porcentuais de arábica e robusta utilizados nos blends.