Atualmente, é cobrada uma tarifa de 2,1% sobre o glifosato importado da China, mas essa taxa já foi de mais de 35%. A medida vale até 2014. Segundo o deputado, a intenção é “sensibilizar o governo para extinguir a sobretaxa”. A Câmara de Comércio Exterior deve se pronunciar sobre o assunto na próxima reunião, marcada para 6 de abril.
? É importante mostrar aos ministros que o fim dessa alíquota não só diminuirá os custos de produção das lavouras, como também ajudará no controle da inflação, pois os preços dos alimentos poderão cair ? argumentou Heinze, em comunicado divulgado por sua assessoria de imprensa nesta terça, dia 23.
O parlamentar acrescenta que a bancada ruralista também é contra a adoção de um preço de referência de US$ 4,6/kg para o glifosato chinês. Para Luiz Carlos Heinze, a medida causaria “concentração de mercado, aumento de preço e diminuição da oferta”.
Já a multinacional Monsanto defende o preço de referência. Única a produzir no Brasil a matéria-prima para o herbicida, a empresa discute a revisão da tarifa anti-dumping com o governo há pelo menos um ano.
? A tarifa de 2,1% não faz diferença, não cumpre o papel de barrar a concorrência desleal ? argumentou o diretor-geral da Divisão de Proteção de Cultivos da Monsanto na América do Sul, Ricardo Madureira.
Em conversa com o Canal Rural por telefone, de Boston, nos Estados Unidos, Madureira afirmou que, em 2008, o glifosato chinês chegava ao Brasil a um preço de US$ 13/kg. Porém, no ano passado, o produto chegou a US$ 3/kg. Um valor que, nos cálculos da Monsanto, desequilibra o mercado. Para o executivo, uma solução seria estabelecer uma espécie de taxa móvel, que variasse de acordo com o preço estabelecido pelos chineses.
? Entendemos que é uma discussão complexa, mas acreditamos na capacidade dos técnicos da Camex ? reforçou Ricardo Madureira.
Ele avaliou que revisar a medida anti-dumping seria bom para a própria política agrícola do governo, com incentivo à produção nacional e menos dependência de insumos importados. Pelo sim, pelo não, a Monsanto já estuda o que fazer caso a decisão da Camex não lhe seja favorável. É considerada a possibilidade de reduzir a produção no Brasil e importar o produto dos Estados Unidos.
Outra via
Outra alternativa foi sugerida nesta terça na reunião do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Agricultura (Conseagri), em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. O Conselho decidiu pedir ao governo que deixe tudo como está, mantendo os atuais 2,1% sobre o glifosato da China.
? Estamos em um ano de safra muito boa, mas com preço baixo. Então, mexer no custo para a próxima safra pode trazer mais prejuízo ao produtor ? afirmou Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, secretária de Agricultura de Mato Grosso do Sul e presidente do Conseagri.