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CORREDORES DO AGRO

Desafios logísticos no Brasil: infraestrutura e transporte em pauta

Nova série de reportagens do Canal Rural mostram que investimentos em infraestrutura abrem caminho para crescimento econômico e eficiência logística no Brasil, superando desafios regionais

Modais de logística: porto, estrada, ferrovia
Fotos: Porto de Paranaguá/Ministério dos Transportes/Freepik

Em um país tão vasto como o Brasil, os desafios logísticos desempenham um papel crucial no desenvolvimento econômico. Em diferentes estados, questões de infraestrutura, transporte e acesso a mercados se tornam preocupações prementes, afetando tanto caminhoneiros quanto o setor produtivo.

Nesse cenário, Mato Grosso, líder em rebanho e produção de grãos, lida com infraestrutura precária, enquanto obras de pavimentação de rodovias e expansão de malha ferroviária no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) oferecem esperança. A Bahia, por sua vez, se prepara para a construção de uma das maiores linhas férreas do Brasil, a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), enquanto em São Paulo, um túnel submarino promete solucionar desafios de mobilidade urbana e melhorar o acesso ao maior porto da América Latina.

Os desafios logísticos enfrentados por diferentes estados do Brasil se tornam oportunidades de desenvolvimento e eficiência no setor de transporte e na agropecuária. E é isso que o Canal Rural vai demonstrar na série Corredores do Agro, exibida todos os desta semana nos telejornais da rede.

Confira a seguir o que você verá nos próximos episódios:

Mato Grosso

A falta de infraestrutura em ferrovias e rodovias tem sido um desafio para escoar a produção mato-grossense. Caminhoneiros relatam dificuldades enfrentadas nas estradas, com falta de recursos, internet e borracharias escassas. O trecho que deveria durar um dia pode levar até três ou quatro, especialmente quando ocorrem chuvas. A situação leva à colaboração entre motoristas, pois tratores não estão disponíveis.

A pavimentação de rodovias importantes está na lista das obras previstas no PAC para o estado. O avanço logístico anima o setor produtivo de Mato Grosso, que acredita na expansão da agropecuária na região.

O programa também prevê investimentos na ampliação da malha ferroviária, um elemento fundamental para tornar a produção mais competitiva. Atualmente, o Brasil possui menos trilhos que a Argentina, com Mato Grosso contando com apenas 366 km de ferrovias.

A Ferrogrão, uma das obras mais aguardadas, tem o potencial de impulsionar a economia ao reduzir o frete e impactar positivamente o meio ambiente e a criação de empregos.

Bahia

A Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), uma das maiores empreitadas ferroviárias do Brasil, se destaca no estado. Com aproximadamente 1.500 km de extensão, promete melhorar o gargalo de escoamento de grãos e impulsionar o desenvolvimento da produção agrícola na região do Matopiba, que abrange áreas do Maranhão, Tocantins, Piauí e oeste da Bahia.

De acordo com Moisés Schmidt, produtor e vice-presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), a travessia de soja do oeste baiano é atualmente direcionada para outros estados, como o Maranhão, devido à deficiência no escoamento do estado. A Fiol, ligada à Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico, pretende potencializar os portos da Bahia e criar novos para atender à crescente demanda. Mato Grosso, Goiás e Bahia respondem juntos por quase 45% da produção do agronegócio brasileiro, destacando a importância do desenvolvimento da infraestrutura logística para o país.

O Programa de Aceleração do Crescimento na Bahia também inclui projetos de ampliação em infraestrutura, como a duplicação de estradas e a expansão do aeroporto de Barreiras. O secretário da Casa Civil do estado Afonso Florence, menciona que já estão garantidos cerca de R$ 65 milhões em negociação para o aeroporto, visando melhorar a capacidade de transporte da região.

São Paulo

O estado receberá o segundo maior volume de recursos federais no PAC, ficando atrás apenas do Rio de Janeiro. Um dos projetos de destaque é a construção de um túnel submarino que ligará os municípios de Santos e Guarujá, no litoral paulista. Orçada em mais de R$ 5 bilhões, essa obra tem o potencial de aprimorar a mobilidade urbana e otimizar a operação do maior porto da América Latina, responsável por quase 30% do comércio do Brasil, incluindo o setor agropecuário.

De acordo com Bruno Orlandi, secretário municipal de Assuntos Portuários e Emprego de Santos, a criação do túnel deve reduzir a interferência urbana nas atividades portuárias, aumentando a eficiência das operações. Ele destaca que a obra permitirá que o canal de acesso ao porto fique exclusivamente disponível para embarcações de carga e passageiros, incluindo turistas.

Esses investimentos em infraestrutura logística têm o potencial de aprimorar a competitividade do Brasil no mercado global, facilitar o escoamento de produtos agrícolas e contribuir para o crescimento econômico do país.


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