Com a autorização, os fraudadores tinham em mãos os créditos necessários para emissão da Guia Florestal (GF), documento exigido para a retirada e transporte da madeira. Ao todo, a quadrilha conseguiu movimentar, até quando a fraude foi descoberta, 14.915 m³ dos quase 21.000 m³ aprovados com a documentação falsa, o equivalente a mais de 1.242 caminhões truck carregados (enfileirados dariam quase 10 km).
Na fazenda Moreira, localizada no município de União do Sul/MT, quando os fiscais do Ibama anunciaram a interdição da área, o proprietário tentou suborná-los para que o órgão não fizesse a autuação e atestasse a legalidade da exploração de madeira, o que ficou registrado em gravação entregue por eles à Polícia Civil.
As guias florestais, além de encobrir a ilegalidade da madeira extraída da fazenda interditada (que já havia sido exaurida), estariam ainda sendo usadas para “esquentar” madeira de área vizinha, que também foi vistoriada e embargada. Afora essas áreas, constatou-se que a extração ocorria até em área de preservação permanente.
A descoberta da fraude impediu o desmate a corte raso de quase 300 hectares de mata amazônica, o equivalente a 420 campos de futebol. Ao todo, os envolvidos foram autuados em mais de R$ 3 milhões.