Desmatamento na Amazônia é o menor para agosto desde 1998

Segundo a ministra do Meio Ambiente, dados do desmatamento em setembro deverão manter a tendência de queda do ritmo da devastaçãoEm agosto, a Amazônia perdeu uma área de 164 quilômetros quadrados (km²), segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em relação a agosto de 2010, houve redução de 38% no ritmo do desmatamento. O número é o menor registrado para um mês de agosto desde o início da série histórica do sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), em 1988. Também houve queda na comparação com julho, quando o Inpe registrou a derrubada de uma área equivalente a 225 km².

? O resultado significa que as ações que foram adotadas de abril para cá, quando houve um pico de desmatamento, como a instalação do gabinete de crise e o envio de fiscais para os Estados, tiveram impacto muito grande, porque vêm garantindo redução mensal do desmate ? avaliou nesta segunda, dia 3, o diretor de Políticas de Combate ao Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente, Mauro Pires.

De acordo com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, os dados do desmatamento da Amazônia em setembro deverão manter a tendência de queda do ritmo da devastação.

? A avaliação preliminar e a avaliação em campo feitas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sinalizam que o (desmate registrado pelo) Deter de setembro será menor. A tendência de queda deve se manter, os dados são muito positivos ? adiantou.

O Deter, que revela dados mensais, monitora áreas maiores de 25 hectares e serve para orientar a fiscalização ambiental. Além do corte raso (desmatamento total), o sistema registra a degradação progressiva da floresta.

A taxa anual de desmate é calculada por outro sistema, o Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), que é mais preciso por avaliar áreas menores. Em 2010, a taxa anual foi 7 mil km², segundo dados consolidados nesta segunda pelo Inpe.

A estimativa preliminar, divulgada em novembro de 2010, era 6.451 km². De acordo com o coordenador do programa Amazônia do Inpe, Dalton Valeriano, a diferença de 8,5% entre a estimativa e a consolidação da taxa de desmatamento está dentro da margem de erro.

? Toda estimativa tem uma margem de erro de 10% admitida. Nos últimos quatro ou cinco anos, as estimativas têm ficado aquém do consolidado. Significa que o desmatamento está se pulverizando, novos focos estão aparecendo ? avaliou.
Apesar da correção para cima, a taxa de 2010 ainda é a menor registrada pelo Inpe desde o início da série história do Deter.

Em novembro, o Inpe deve divulgar a nova estimativa de desmatamento anual, com dados para o período entre agosto de 2010 e julho de 2011.