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POLÊMICA

'Desnecessário e intempestivo', diz Abiarroz sobre importação de arroz pelo governo

Entidade afirma que compra pode gerar super oferta e desestimular o produtor a semear na próxima safra

arroz importação
Foto: Camila Domingues/Palácio Piratini

O leilão de compra pública de arroz importado, beneficiado e polido agendado para esta terça-feira (21) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) foi suspenso.

Em comunicado, a entidade afirmou que a nova data será publicada oportunamente, sem esclarecer o motivo do adiamento. A Associação Brasileira da indústria do Arroz (Abiarroz) comemorou a decisão, mas acredita que o cancelamento da iniciativa seria o mais adequado.

A diretora executiva da instituição, Andressa Silva, afirma que o movimento do governo para evitar a falta do produto nas redes varejistas é “desnecessário e intempestivo”.

“Isso porque a própria indústria já vinha se movimentando para fazer a importação no primeiro momento em que ela percebeu que existia a possibilidade de restrição de oferta muito em decorrência das questões logísticas no Rio Grande do Sul”, afirma.

Aumento de preços do arroz

Andressa lembra que tradicionalmente o excedente de produção de arroz no Mercosul costuma ser encaminhado ao Brasil pela isenção de imposto e proximidade logística.

“Para além dessa importação que já é corrente, a indústria se antecipou e fez a importação da Tailândia para assegurar a oferta nesse momento de incertezas do mercado por conta das possíveis perdas em lavouras e armazéns”.

Segundo a Abiarroz, o anúncio do leilão do governo fez com que o preço do arroz no Mercosul para o Brasil aumentasse em cerca de 30%. “Trata-se de uma medida onerosa por parte do governo pelo dinheiro que sai dos cofres públicos sem que haja a necessidade dessa importação uma vez que existe arroz no mercado”.

A Conab projeta que a safra 2024 brasileira de arroz será superior a 10 milhões de toneladas. Para Andressa, o número é mais do que suficiente para garantir a oferta interna. “Pode haver importação superior à necessidade e isso pode desestimular o produtor para o plantio da próxima safra”.

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