Nos últimos anos, o controle de plantas daninhas tem dado trabalho e mexido no bolso dos agricultores de Mato Grosso. O aumento populacional e o surgimento de plantas resistentes ao herbicida glifosato são questões que preocupam a cadeia produtiva.
De acordo com dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), nos últimos cinco anos, as despesas com herbicidas passaram de 7% para 12% do total do custo da lavoura de soja. No caso do milho, o custo saltou de 5% para 10% do custo da lavoura.
Um dos motivos apontados para este aumento é o sistema produtivo adotado, com sucessão das culturas da soja e milho. Além disso, o uso da tecnologia RR em ambas as lavouras, associada à falta de rotação de produtos para controle dessas plantas, também contribui para o avanço de invasoras resistentes.
Para o pesquisador da Embrapa Soja Dionísio Gazziero, os produtores precisam adotar soluções alternativas para que consigam controlar as plantas daninhas sem comprometer ainda mais os custos da lavoura. Ele explica que uma alternativa é a rotação de culturas no sistema de produção. Um exemplo é a entrada da Brachiaria ruzizienses, seja ela consorciada com o milho ou solteira.
– Ter uma cobertura do solo permanente reduz a incidência das plantas daninhas. Quando o produtor adota os princípios corretos de manejo da área e da cultura, ele reduz o problema de plantas daninhas, tanto em quantidade populacional quanto em resistência dos indivíduos – explica Dionísio Gazziero.
O pesquisador ainda alerta para a necessidade de o agricultor avaliar os produtos que usa dentro de sua propriedade e a estratégia de ação.
– Para não agravar ou retardar os problemas com plantas daninhas dentro da propriedade, ele precisa fazer a rotação de mecanismos de ação e das combinações entre eles. Se houver a resistência ao glifosato, ficará ainda mais caro fazer o controle, o que pode levar o agricultor a reavaliar o sistema produtivo – alerta.