Desvalorização do dólar prejudica preços do milho

Segundo Imea, contrato para agosto de 2015 sofreu sucessivas quedas e a volatilidade da moeda norte-americana contribui para a queda nos preçosO valor da saca de milho em Mato Grosso caiu 2,58% em relação à última semana, e ficou cotado na média de R$ 14,91. Com a baixa registrada na cotação do dólar, que chegou ao piso de R$ 2,88/US$ na última semana, e a desvalorização da Bolsa de Chicago (CBOT), o preço paridade caiu 10,71%, com a cotação média da semana de R$ 11,56/sc.

Fonte: Pedro Revillion

Os dados são do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).as últimas semanas o preço futuro do milho com entrega para agosto tem sofrido consecutivas desvalorizações, a média da saca negociada em março ficou em R$ 16,15/saca, já em abril a cotação média do mês foi de R$ 15,25/sc. Alguns fatores auxiliam nessa baixa, dentre eles a recente desvalorização na cotação do dólar futuro, que desde o início do mês de abril já caiu 6,25%.

• Boa oferta de milho pressiona preços para baixo

A condição favorável do clima, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil já impacta nos preços. O Imea orienta o produtor a ficar atento às oportunidades e tentar negociar sua produção o mais próximo possível do ponto de equilibro, que está em R$ 17,46/sc.

Devido à evolução do plantio do cereal norte-americano, as cotações na CBOT recuaram nos contratos para maio de 2015 e julho de 2015, fechando a semana com queda de 2,47% e 3,09%, respectivamente.

Aumento de produção em MT

A expectativa de produtividade para 2014/2015 cresceu em todas as regiões em relação ao ciclo 2013/2014. A produtividade em Mato Grosso avançou para 100,02 sc/ha, fazendo com que a estimativa de produção aumentasse para 17,80 milhões de toneladas, ofertando mais milho no mercado.

A maioria das regiões do Estado realizou a semeadura do cereal tardiamente, decorrente do atraso na semeadura e colheita da soja, fato que preocupou os produtores no que se refere à produtividade. No entanto, o processo de desenvolvimento do grão tem sido adequado, devido às condições climáticas favoráveis.

• Produção da segunda safra deve crescer 16,8%

Na região oeste a situação foi inversa, na tentativa de semear o milho e o algodão de segunda safra na “janela ideal”, o produtor antecipou a semeadura da soja, interferindo positivamente na produtividade do milho na região, que deve ficar acima de 102 sc/ha.

Com isso, mesmo com a estimativa de área semeada menor que na safra passada, em todas as regiões, a produção no Estado deve avançar, graças à boa pluviosidade que vem ocorrendo durante as fases de pendoamento e enchimento do grão.

Impacto nas cotações de soja

preço da soja no mercado interno caiu 2,8% na última semana, fechando com cotação média de R$ 52,23/sc. A oscilação coincide com a queda do dólar, principalmente. A paridade de exportação para março 2016 apresentou recuo de 2,23%.

• Preço da soja cai 32,7% em um ano

A queda da taxa de câmbio e a desvalorização do contrato para mar/16 na CBOT causaram a variação. Por mais uma semana o prêmio para o porto de Paranaguá fecha em alta com média de US$ 0,57/bushel, variando 12,16% em comparação com a semana anterior.

Área de plantio nos EUA

Nos Estados Unidos, para definir a área semeada, é comum a consulta do índice de equivalência entre o preço da soja e do milho, pois estas duas culturas são substitutas no país. Para a safra 2015/2016 a relação soja/milho na CBOT, tem mostrado bons números para a semeadura da oleaginosa nos EUA.  A média dessa relação em abril ficou em 2,4, abaixo dos 2,44 registrado no mesmo período de 2014, ainda assim está acima da relação histórica de equilíbrio de 2,2, podendo beneficiar, portanto, o cultivo da soja em solo norte-americano.

Com a possível ocorrência do fenômeno El-niño para a nova safra norte-americana, pode haver reflexos positivos nos rendimentos das lavouras. Assim, mais uma safra cheia norte-americana pode pesar sobre o mercado da soja.

Edição: Rikardy Tooge