Um grupo formado por seis indígenas da região pediu ajuda do governo federal e do Ministério Público para resolver a situação de intranquilidade no município localizado a 462 quilômetros de Campo Grande.
Os indígenas pediram reforço policial após registros de casos de violência e de desaparecimentos na região. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que efetivos da Força Nacional de Segurança e da Polícia Federal estão sendo deslocados para atender a demanda, mas sem revelar o número de profissionais.
— O que nós sofremos lá é concreto, real. Todas essas pessoas aqui presentes sofreram — afirma o líder indígena Otoniel Nhandheru.
Os guarani kaiowás ocupam dois hectares da propriedade, que possui um total de 762 hectares, e só foram para lá porque tiveram o acampamento em que viviam à beira da estrada destruído por pistoleiros. A situação se agravou na última semana, com o suicídio de um índio. Criticado quanto à demora na execução do relatório antropológico de responsabilidade da Fundação Nacional do Índio (Funai), o ministro da Justiça esclareceu o andamento dos trabalhos.
— Nós vamos aprová-la em 30 dias. A partir daí abre-se o espaço para que o Estado, o município e todos os interessados apresentem suas impugnações. Feito isso, a Funai emitirá um relatório, uma decisão final sobre essa matéria. As partes, inclusive, poderão produzir provas, laudos periciais, laudos antropológicos. Nós temos muito interesse no processo sem desrespeito à lei — afirma o ministro.
Para a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, a Justiça precisa ser mais rápida nesse tipo de julgamento.
— A raiz é onde as áreas já são demarcadas. Nós precisamos das decisões judiciais por parte do STF. Nós vamos procurar o STF, o presidente do Supremo para podermos agilizar essas matérias.