Depois de colher a melhor safra de soja desde que começou plantar o grão há 27 anos, o produtor Altemar Kroling ficou animado. Além da boa produtividade, 56 sacas por hectare, o agricultor está otimista com os bons preços pagos pelo produto. Tanto que a cinco meses do início da próxima semeadura já decidiu: vai ampliar a área plantada em 170 hectares.
Osvaldo Balzan também comemora pelos mesmos motivos. Colheu bem, vendeu parte da produção e já planeja a próxima safra. Só não vai aumentar a área de 680 hectares em Diamantino, porque ainda não conseguiu terra disponível na região.
Este ânimo dos produtores deve promover o avanço da área cultivada com soja em Mato Grosso. A estimativa do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) é de que as lavouras ocupem 164 mil hectares a mais que na safra que acaba de ser colhida, chegando a 6,576 milhões de hectares, um aumento de 2,5%.
Para as lideranças da classe produtora o avanço que deve ser registrado ainda é considerado tímido. Diante do cenário positivo da commoditie e da necessidade de atender a crescente demanda por alimentos, esta expansão ? segundo a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja) ? deveria ser de pelo menos 5%.
De acordo com Glauber Silveira, presidente da Aprosoja, com o bom momento do setor os produtores poderiam ampliar mais esta área, aproveitando áreas de pastagem degradada. Ele acrescenta que o problema é a falta de condições para que o agricultor invista.
Apesar da decepção com o crescimento projetado, o presidente da Aprosoja ressalta o lado positivo do avanço mais contido. Na avaliação dele, os agricultores ficaram mais conscientes, parando de investir sem ter condições, amadurecendo o planejamento da atividade.