O Rio Grande do Sul deve semear a maior área da história na próxima safra e, com isso, pode alcançar colheita recorde. A afirmação foi feita nesta quarta-feira, dia 7, pela Federação da Agricultura do estado (Farsul), que divulgou um balanço do setor e as expectativas para o próximo ano.
A previsão é de que o estado plante 8 milhões de hectares e colha 33 milhões de toneladas de grãos. A preocupação para 2017, no entanto, deve ficar por conta do seguro agrícola, que tem sido um dos responsáveis pela inadimplência do produtor. “Nós temos um seguro agrícola no Brasil que é absolutamente ineficiente e nós queremos muito mais. Evidentemente que nós precisamos de uma proteção maior, inclusive o seguro de renda, até para que o produtor dentro de um programa de política agrícola plurianual e não mais anual”, disse o vice-presidente da Farsul, Gideão Pereira.
CAR
Ao ser abordado sobre a polêmica envolvendo a divulgação de informações do Cadastro Ambiental Rural (CAR), o vice-presidente da federação fez questão de frisar que a instituição está alinhada com o Ministério da Agricultura, mas isso não acontece com outras pastas.
Em apoio à CNA, a Farsul, que participou ativamente da elaboração do CAR, disse que já protocolou o pedido de exoneração do Ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, por entender que ele é responsável pela divulgação pública dos dados do Cadastro Ambiental Rural. No Rio Grande do Sul, o cadastro avançou bastante, tanto que 95% dos imóveis já estão registrados no sistema.
“Se nós temos um cadastro aberto para o mundo e se tivermos alguns erros ambientais, é suficiente para que outros países concorrentes nossos ou potenciais clientes digam: ‘deste país eu não quero comprar produtos, porque o cadastro deles tá colocado dessa maneira’. Se nós temos alguma coisa que não está concluída, como é que nós podemos abrir ao mundo?”, questionou Gideão.
Trigo
Se a expectativa é boa para o cultivo de grãos, os produtores gaúchos de trigo estão preocupados. O custo da produção neste ano já tem causado a redução do plantio para 2017. “Os mecanismos, infelizmente, vieram tardiamente. A Argentina vem muito forte, com preços bastante interessantes para os moinhos, que são os grandes compradores, e isso nos preocupa como um todo”, falou o presidente da Comissão do Trigo da Farsul, Hamilton Jardim.