Segundo ele, dos 10 municípios com risco de surto, quatro estão no Nordeste: Camaçari, Ilhéus e Itabuna, na Bahia, e Mossoró, no Rio Grande do Norte. O Liraa avaliou 157 municípios.
? Dos 102 municípios em situação de alerta, 17 são capitais ? informou o ministro.
? E identificamos 10 cidades que se encontram em situação de risco de surto ? acrescentou.
O Liraa divide os resultados em três grupos. Encontrar o Aedes aegypti, vetor de transmissão da dengue, em até 1% das residências visitadas é considerado “satisfatório”. Para o município ser enquadrado em “situação de alerta”, precisa haver registros do mosquito numa proporção entre 1% e 3,9%. O “risco de surto” é considerado para aqueles em que houver presença do mosquito em mais de 4% das residências ou ambientes visitados.
? Não significa que haja dengue nessas localidades. Esse levantamento é relativo apenas à presença do vetor da doença ? ressaltou Temporão.
O último levantamento sobre a dengue foi divulgado em outubro, no dia 29, e registrou queda de 46,3% no número de casos, na comparação entre janeiro e agosto de 2009 e 2008.
A região Sudeste também apresentou quatro municípios em situação de risco de surto: Governador Valadares e Ipatinga, em Minas Gerais, e Barretos e Presidente Prudente, em São Paulo. A capital de Tocantins, Palmas, também se encontra nessa situação, bem como a cidade de Cáceres, em Mato Grosso.
Temporão ressaltou a importância de dar atenção aos 102 municípios que se encontram em situação de alerta.
? Qualquer descontinuidade nas ações de controle pode piorar o quadro, passando para uma situação de risco de surto ? afirmou.
? O que foi feito agora é um retrato do tempo, que nos permite traçar a estratégia para esse período de chuvas e de aquecimento em todo o país. Só por causa das enchentes ocorridas no Rio de Janeiro, tivemos de recolher 15 mil pneus para evitar problemas posteriores ? disse o ministro.
? Erradicação mesmo, só quando tivermos a vacina, que nos protegerá contra os quatro tipos da doença ? completou.
O levantamento apresentou também um retrato dos tipos de criadouros mais comuns em cada região ? águas, lixo e residência. A maioria das larvas encontradas nas regiões Norte e Nordeste estão ligadas aos ambientes de abastecimento de água.
? Identificamos que 63,9% dos criadouros no Nordeste estão associados a caixas d’água, tambores, tonéis, poços. Na região Norte, esse percentual é de 35,7% ? informou Temporão.
? Já no Sudeste, a predominância é nos depósitos domiciliares, como vasos, pratos, ralos, lajes e piscinas, onde foram encontrados 49% de criadouros, e na Centro-Oeste predominou no lixo (resíduos sólidos), com 44,6% ? acrescentou.