No primeiro dia da Abertura Oficial da Colheita da Soja, oito empresas apresentaram o que há de mais moderno para a sojicultura
Manaíra Lacerda | Cristalina (GO)
As primeiras atividades da Abertura Oficial da Colheita da Soja 2015/2016 começaram nesta quinta, dia 28, na Fazenda Capão Grande, em Cristalina, no leste de Goiás. Os produtores tiveram um dia de campo completo, com as principais novidades tecnológicas para a sojicultura. Uma programação completa para auxiliar na tomada de decisão. A irrigação também foi assunto, já que o município é uma referência na produção de soja irrigada.
Mais de 400 pessoas participaram do dia de campo oferecido pelo Canal Rural e seus parceiros. O evento conta com a presença de oito empresas: Embrapa Soja, BASF, John Deere, Monsanto, Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), Associação dos Irrigantes do estado de Goiás (Irrigo) e Yara Brasil Fertilizantes. Além dos postos de trabalho da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil), Aprosoja-GO e Federação da Agricultura e Pecuária do estado (Sistema Faeg).
Entre as novidades apresentadas no dia de campo, há uma tecnologia inédita. É um fertilizante desenvolvido pela Yara, que reúne oito nutrientes no mesmo grânulo, o que significa que a planta vai conseguir absorver tudo que o produto oferece, e o resultado é mais produtividade.
A Embrapa Soja mostrou suas perspectivas para o fim da safra de soja 2015/2016. O pesquisador Roberto Zito lembra que a produtividade da safra não deve sair de 50 sacas por hectare, número considerado “razoável” dentro dos problemas climáticos desta temporada.
Maquinário e aplicação
No começo do dia, os produtores puderam acompanhar uma dinâmica de máquinas oferecida pela John Deere. O circuito levou informações sobre os produtos da marca para agricultura de precisão em todas as fases: plantio, pulverização e colheita. A ideia da dinâmica é provar que é possível reduzir custos e passar o menor tempo possível no campo.
A Andef apresentou seu programa de Certificação Aeroagrícola Sustentável (CAS). O projeto visa reduzir o impacto das aplicações aéreas no ambiente por meio de boas práticas na aviação agrícola. Já são 13 estados que possuem pelo menos uma empresa de aviação agrícola certificada.
Biotecnologia
Na estação do Centro de Informações sobre Biotecnologia (CIB), os agricultores participaram de um jogo interativo, que mostra a importância de se preservar a biotecnologia, como a soja Bt. O produtor confere como a tomada de decisão dele interfere no resultado final da safra. Segundo a diretora-executiva do CIB, Adriana Brondani, o refúgio é uma das principais estratégias para preservação da tecnologia no campo por mais tempo.
A Monsanto do Brasil mostrou seu modelo de refúgio estruturado. Ou seja, desenhos de refúigo que o produtor pode adotar na sua lavoura. A técnica é indicada para quem cultiva a soja Bt, ou RR2. O produtor precisa destinar uma área de 20% ou mais, que deve ser cultivada com uma semente sem a tecnologia, para que os insetos não ganhem resistência.
No estande da BASF, os visitantes tiveram acesso à linha de produtos da empresa para manejo de pragas e doenças. Um dos produtos apresentados foi um fungicida baseado no grupo das carboxamidas, que possui mais efetividade no controle da ferrugem asiática. O gerente regional de vendas da empresa Fernando Abreu explica que o uso racional dos defensivos também foi tratado.
Aumento da área irrigada
A irrigação e o uso sustentável da água na agricultura encerraram o dia de campo da Abertura Oficial da Colheita da Soja. O diretor da Associação dos Irrigantes de Goiás (Irrigo) e presidente do Sindicato Rural de Cristalina, Alécio Maróstica, afirma que entidade vai apresentar ao Ministério da Agricultura um documento pedindo apoio da Embrapa para aumentar a área irrigada no estado. Segundo ele, atualmente são 200 mil hectares, mas o potencial chega a sete milhões de hectares.
O pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) Afonso Peche palestrou sobre este tema e disse que é possível, sim, aumentar a área irrigada em Goiás, mas os produtores vão precisar de um trabalho coletivo para construir uma estrutura necessária para captação de água e melhora na infraestrutura elétrica do estado.
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