Entre outras conclusões, o relatório aponta que os preços de alguns itens podem subir. O valor dos grãos aumentaria entre 15 e 40%. Óleos vegetais até 40%. Carne bovina, açúcar e derivados do leite também devem ficar mais caros.
Neste cenário, a elevação de preços é um bom negócio para quem exporta alimentos, mas não prejudica os consumidores brasileiros.
? Não acredito que tenhamos alta de preços nem desabastecimento, porque a oferta tem crescido nos últimos anos. Temos problemas, problemas climáticos, mas temos estoques e esses problemas também são de algumas áreas por isso não acredito que tenhamos esse problema ? disse o coordenador de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, José Garcia Gasques.
A FAO alerta ainda para uma possível alta nos valores pagos pela energia, devido ao aumento nos preços do petróleo. A procura por biocombustíveis deve crescer, mas o desempenho depende de investimentos governamentais. Recomendação que, segundo especialistas, também serve para os resultados do agronegócio.
? Todo mundo sabe que o Brasil é e vai ser o celeiro do mundo, mas isso tem que ser em uma base que favoreça o produtor brasileiro. Não adianta dizer que vai ter mais demanda mundial e que o Brasil vai exportar se o produtor não tem acesso a essa renda ou a essa melhora na exportação ? avaliou o consultor de agronegócio Clímaco Cezar.
De acordo com o relatório divulgado nesta terça, dia 15, o Brasil é o país que chegará a índices maiores de produção agrícola e de forma mais rápida. A projeção de crescimento é de 40%, em dez anos, o dobro do que para países como China, Índia, Rússia e Ucrânia. A oferta de alimentos abasteceria regiões em desenvolvimento, mas sem causar problemas no mercado interno.
? As exportações são um fator importante no crescimento, mas temos também forte mercado interno. Se olhar a carne de frango, 70% são consumidos internamente e 30% exportados, com a carne bovina também. O cenário é conseqüência do maior poder de consumo nas regiões em desenvolvimento ? explicou Gasques.