O S-50 provoca menos emissões de poluentes, como material particulado e óxidos nitrosos. Mas esta é uma vantagem ambiental que só valerá para os veículos mais novos, equipados com motores de padrão Euro 5, e apenas se for usado em associação com o produto Agente Redutor Líquido Automotivo, mais conhecido pela sigla Arla 32.
– Vamos ter uma melhoria substancial na qualidade do ar porque, com os motores novos Euro 5, que já estão sendo produzidos no país, mais o diesel 50 ppm [partes por milhão] e o Arla, teremos redução de 80% de materiais particulados e de 98% de óxidos nitrosos – disse o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.
Segundo ele, os motores a diesel mais antigos também vão emitir menos poluentes com o novo combustivel, porém, essa redução não será tão significativa.
– Os motores antigos da nossa frota vão poder utilizar o diesel 50, mas a redução das emissões ficará em torno de 10% a 15%. A troca da frota vai se dar ao longo de muitos anos. A Anfavea [Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores] pretende vender, em 2012, de 160 mil a 170 mil veículos com motores novos [a diesel padrão Euro 5]. Mas nós temos uma frota de 2,3 milhões de veículos pesados – comparou Costa.
Atualmente, o S-50 corresponde a 6% das vendas totais de diesel da Petrobras. Segundo o presidente da Petrobras Distribuidora, José de Lima Neto, no mínimo, 900 postos da bandeira BR Distribuidora vão oferecer o S-50 a partir de janeiro. A ideia é que os motoristas não precisem percorrer mais de 400 quilômetros para encontrar postos de combustíveis que ofereçam o novo produto, pois os motores a diesel da nova geração não podem rodar com o combustível antigo, mais pesado e poluente.
A Agência Nacional do Petróleo (ANP) estimou que, em um primeiro momento, cerca de 3 mil postos deverão ter bombas para oferecer o novo produto.
– A principal certeza é que, quem comprar um caminhão novo, não vai ficar parado na estrada. É o desafio principal, neste primeiro momento – frisou Lima Neto.
O preço do litro de óleo diesel S-50 deve ser seis centavos mais caro que o do diesel S-500 (com teor de enxofre máximo de 500 mg/kg). Mas o motorista também vai ter que desembolsar de R$ 2 a R$ 3 por litro de Arla 32, na proporção de 1 litro do agente para cada 20 de diesel. O uso do Arla 32 será obrigatório porque, sem o produto, o motor poderá apresentar problemas e parar de funcionar.
– O motor tem um sistema de diagnóstico. Se começar a emitir acima da legislação, vai perder potência e o motorista poderá ter de parar o caminhão em determinado momento. É um produto mandatório de uso. Para evitar as emissões, você tem o custo do produto, como é na Europa – explicou Lima Neto.
Atualmente, nos países membros da União Europeia, o diesel usado em veículos é o S-10 (10 mg de enxofre por kg). Nos Estados Unidos, o padrão é S-15 (teor de enxofre de 15 mg/kg) e S-500. No Brasil, atualmente, a Petrobras vende 66% de diesel S-1.800 (o mais sujo, com teor de enxofre de 18 gramas por quilo), 28% de S-500 e 6% de S-50. Para 2020, a empresa projeta vender 60% de S-10 e 40% de S-500.