Diferença entre preços do trigo no Rio Grande do Sul e no Paraná é recorde

Média de valores de janeiro no Estado gaúcho é 22,6% menor que a paranaense, o que representa um diferencial de R$ 172,08 por tonelada, segundo o CepeaTriticultores do Rio Grande do Sul estão com dificuldades para escoar a maior safra da história do Estado, de 3,17 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), colhida em 2013. Esse cenário tem pressionado as cotações do cereal gaúcho e, segundo levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), aumentado a diferença de preço com o trigo do Paraná. A média de janeiro no Rio Grande do Sul é 22,6% menor que a paranaense, o que representa um d

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A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) estima que ainda haja cerca de 2 milhões de toneladas de trigo gaúcho aguardando negociação. Já no Paraná, dados do Departamento de Economia Rural (Deral) do último dia 20 apontam que 84% das 1,87 milhão de toneladas da safra 2013/2014 já foram vendidas.

De acordo com pesquisadores do Cepea, como o Paraná colhe primeiro o trigo, produtores negociaram boa parte da safra assim que cereal estava disponível, aproveitando os melhores preços. Além disso, a qualidade do produto paranaense é superior à do gaúcho.
Produtores do Rio Grande do Sul têm investido em tecnologias e colhido trigo de melhor qualidade, o que vinha aproximando os preços aos do Paraná. Segundo a Conab, 52% do trigo gaúcho pode ser classificada como “pão ou melhorador”. Porém, 47,55%, ainda é considerado “doméstico ou básico”.

Em 2012, a diferença dos preços de trigo foi, em média, de R$ 43,00 por tonelada, mas, em 2013 saltou para R$ 129,00 por ton. Apesar desse forte aumento do diferencial no ano passado, em ambos os Estados, os valores, em termos nominais, foram recordes. O motivo para as altas foi a quebra da safra paranaense devido a fortes geadas durante o desenvolvimento das lavouras.

Em relação ao mercado de trigo nacional, segue bastante lento. Muitos moinhos preferem aguardar os embarques da Argentina, que apresentam qualidade superior. Entre 21 e 28 de janeiro, no mercado balcão (preço pago ao produtor), as cotações ficaram estáveis tanto no Paraná quanto no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as cotações tiveram pequenas valorizações de 0,4% tanto no Paraná quanto em São Paulo (Capital). Já no mercado gaúcho, houve recuo de 1,5%.

Para o mercado de farinhas, a demanda continua firme, mas há muita pressão por parte das indústrias alimentícias quanto aos preços ofertados e moinhos já apontam que podem reduzir as cotações do produto.  

Na Argentina, a demanda pelo trigo local está firme tanto por parte de compradores domésticos quanto de estrangeiros. Importadores estão dispostos a pagar de US$ 220,00/ton a US$ 230,00/ton do cereal, com entrega e pagamento entre janeiro e fevereiro.

A cotação oficial FOB porto de Buenos Aires, divulgada pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca, manteve-se estável entre 17 e 24 de janeiro, a US$ 330,00/ton.