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Dilema entre produção rural e preservação segue gerando debate

Produtores se dizem prejudicados, e especialistas criticam a legislaçãoNa semana do meio ambiente, agricultores reabrem a discussão sobre como produzir sem agredir a natureza. Especialistas dizem que a legislação dificulta este processo, e alguns produtores se sentem injustiçados. O dilema entre produção e preservação tem gerado debates acalorados.

É possível que daqui a um ano muitos produtores não possam mais andar tranquilamente por suas terras. Até março de 2011 o Governo do Estado de São Paulo quer concluir o processo de desapropriação de uma área onde hoje vivem e produzem gente como seu Francisco, seu Hilel e seu Antônio, no município de Nazaré Paulista, pra transformar o local num parque. Só a notícia já tirou o sono deste pessoal. Desde setembro do ano passado os agricultores, que produzem eucaliptos, estão lutando pra que isto não aconteça.

? Se for desapropriado e obrigar este pessoal a sair daqui, quanta gente vai ficar desempregada? E aonde este pessoal aqui pode ir? ? questiona o produtor rural Antonio Serafim Caraça.

? Acho que nós que investimos na terra, produzimos há tanto tempo, estamos dando emprego na região. Fica inviável isso. Acho que seria mais certo se o governo incentivasse através de projetos, programas de educação ambiental que incentive o produtor a ficar na terra e a produzir sustentavelmente ? diz seu Hilel Freitas Clare.

Na década de 70, muitas propriedades em áreas baixas e terras planas na região de Nazaré Paulista já foram desapropriadas pra construção de uma das represas do sistema Cantareira, que abastece boa parte da cidade de São Paulo. Só sobraram as encostas e topo do morro, onde o eucalipto se desenvolveu muito bem. Mas agora, segundo os produtores, não é só a criação do parque que pode comprometer esta atividade.

? Não tem o que fazer. Pelo código florestal nós não podemos plantar mais nada aqui nesta região ? lamenta o produtor Hilel Bastos.

Para o advogado Ricardo Salles, o problema está na lei. O critério de preservação estabelecido no código florestal em vigor hoje no Brasil é artificial e arbitrário, diz ele. E mais: está fora da realidade e gera insegurança no campo.

? Ele trata de maneira equânime regiões que são absolutamente distintas, têm histórias de produção rural distintas e hoje apresentam um quadro de terras, um quadro agrário absolutamente distinto ? diz.

Solução? Os produtores esperam que tenha. O advogado tem certeza que sim.

? Um caminho que nós devemos trilhar é um caminho muito factível. É de um código florestal estadual de tal sorte que sejam realmente regionalizadas as questões e adaptadas a cada uma das realidades que nós encontramos no campo ? afirma o advogado.

? Nós somos a favor ao incentivo de projetos que remunerem o produtor e façam com que ele fique na terra e seja guardião da natureza. E sejam os fiéis fiscais da natureza. Com esta parceria eu acho que o governo atingirá o objetivo que é a preservação do meio ambiente ? projeta seu Hilel.

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