A visita de Dilma acontece após ela criticar a forma como o bloco está lidando com a crise da dívida soberana e se distanciar da negociação de que Brasil, Rússia, Índia e China ? o grupo conhecido como Bric ? poderiam, de alguma forma, ajudar a solucionar a crise. No último dia 22, em Nova York, Dilma disse que o governo brasileiro “claramente” não planeja colocar dinheiro na Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF), após criticar a falta de vontade política dos líderes europeus para ajudar a Grécia.
As autoridades da UE adiantaram que não esperam nenhuma nova iniciativa do Brasil, nem que os países do Bric “vão ajudar no resgate”, em relação à aflição econômica do bloco. Ainda assim, eles enfatizaram as relações sólidas entre UE e Brasil, bem como a interligação econômica, dizendo que uma baixa na demanda na Europa pode prejudicar o Brasil.
A UE é o principal parceiro comercial do Brasil, representando 22% do total das negociações com o país. O Brasil é o mais importante provedor de produtos agrícolas para a UE. O total de importação de todos os produtos do Brasil para a UE representou 32 bilhões de euros em 2010. Na reunião, Dilma pode também abordar a questão dos impostos sobre transações financeiras. O Brasil aboliu o imposto em 2007, enquanto a UE, por causa da crise que vive, planeja colocá-lo em funcionamento.
Mais cedo nesta semana, a comissão europeia propôs a criação de um imposto sobre transações financeiras no bloco que deve entrar em vigor até janeiro de 2014. As alíquotas devem variar entre 0,1% para transações envolvendo ações e obrigações e 0,01% para outros tipos de produtos financeiros. A comissão alegou que a indústria precisa realizar uma espécie de reembolso aos contribuintes pelo resgate dos bancos durante a crise econômica.
Outros tópicos na reunião incluem uma linha de crédito de 500 milhões de euros do Banco de Investimento Europeu para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para ajudar a fomentar o setor de energia renovável. Também haverá a discussão sobre um acordo de isenção de visto de curto período entre os países da UE e Brasil.
Em relação a tratados comerciais, as autoridades da UE disseram que as negociações para um acordo de associação entre a UE e o Mercosul “estão avançando, mas provavelmente vão demorar um pouco mais”.