Na abertura do encontro, Dilma afirmou que o evento este ano se consolida como referência mundial no assunto de biocombustíveis e que o etanol brasileiro é a energia mais renovável do mundo. A ministra citou o avanço da produtividade no início do proalcool. Três mil litros de etanol eram produzidos em um hectare no início do programa e atualmente a mesma área produz 7,5 mil litros, tendo ainda um espaço amplo para se desenvolver, pois a cana-de-açúcar ocupa apenas 0,5% do território nacional.
? O setor passa de um setor puramente agrícola para um setor energético, combinando esses dois lados dele. Inclusive vamos conseguir combater um pouco a volatilidade do setor que acontece na entressafra versos safra ? disse Dilma.
A média mundial do uso de energia limpa é de 12,9%. No Brasil, são 46% de utilização. A ministra também destacou que apesar da recente descoberta do pré-sal, as energias renováveis são prioridades do governo e que o objetivo é manter a liderança mundial do etanol de primeira geração e disputar o comando na segunda geração, que é o etanol produzido a partir da celulose.
? O governo brasileiro é parceiro do setor do etanol. Ele considera que esse é o setor que vai fazer a diferença no futuro. Nós seremos o país mais rico, porque nós teremos uma cadeia forte ? acrescentou Dilma.
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, destacou os investimentos que já foram feitos no setor sucroenergético. Desde 2004, o banco disponibilizou para a atividade R$ 14 bilhões. Só nos primeiros quatro meses deste ano foram 36% a mais em relação ao mesmo período do ano passado.
? O BNDES tem se esforçado para acelerar o seu apoio ao setor exatamente num momento de maiores dificuldades ? disse Coutinho.
O governador José Serra também participou do evento e ressaltou que somente a frota flex de São Paulo foi responsável pela redução de 35 milhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera.
? O etanol tem uma importância decisiva para a questão do meio ambiente em escala mundial. Se o mundo inteiro adotasse 10% de álcool na gasolina, se economizaria a emissão de cerca de 500 milhões de toneladas de gás carbônico, o equivalente a um bilhão de árvores em pé ? explicou Serra.
No primeiro dia de evento dois projetos foram lançados pela união da indústria de cana-de-açúcar. Os programas somam investimentos de R$ 10 milhões. O Agora é uma iniciativa de comunicação institucional da cadeia produtiva, com objetivo de desmistificar fatos errados e imprecisos sobre o setor. O programa tem a parceria do governo federal para levar as escolas de ensino fundamental de 11 estados as informações sobre esta energia renovável.
O outro projeto lançado é o Renovação, que vai ocorrer nas principais regiões canavieiras de São Paulo. O objetivo é requalificar os trabalhadores. Com a mecanização das lavouras muitos postos de trabalho devem ser perdidos. A Unica em parceria com o setor privado pretende fazer a requalificação de sete mil trabalhadores por ano.
Na próxima semana, representantes da única vão a Brasília para lançar com o presidente Lula um compromisso nacional para melhorar as condições de trabalho na cana-de-açúcar.