? No nosso governo, o presidente Lula pediu para a Embrapa fazer uma avaliação e definir o que a Embrapa considerava tecnicamente correto. Vou avaliar esses dados ? disse Dilma.
Ela repetiu o que havia dito há um ano, durante um colóquio promovido pelo PT com movimentos sociais, quando foi cobrada a respeito do confronto então existente entre as pastas da Agricultura, que defendiam os interesses dos ruralistas, e do Desenvolvimento Agrário, identificadas com os pequenos produtores e os sem-terra.
A mudança dos índices atuais, elaborados em 1980, foi uma das promessas de Lula na campanha eleitoral de 2002. Em oito anos de governo, porém, ele não cumpriu o prometido. Sob pressão da bancada ruralista no Congresso, constituída em grande parte por parlamentares do PMDB, e dos dois ministros que ocuparam a pasta da Agricultura no período, Roberto Rodrigues e Reinhold Stephanes, ele manteve os números.
A declaração de Dilma foi bem recebida pelo presidente da Sociedade Rural Brasileira, Cesário Ramalho da Silva.
? Temos acompanhado o trabalho do pesquisador Eliseu Alves, da Embrapa, que considera as modernas técnicas de produção, encara a propriedade rural como unidade de negócios e avalia o mercado, em vez de utilizar apenas os conceitos de terra e trabalho, como vinha sendo feito ? afirmou.
Silva também elogiou as declarações da presidente eleita sobre a necessidade de melhorias nos assentamentos rurais já existentes.
? É fundamental garantir para o assentado e o agricultor familiar uma renda monetária. Temos de fazer uma revolução no sentido de transformar os agricultores em proprietários, fazer com que seus filhos tenham acesso à educação de qualidade ? garantiu Dilma.