– César Borges consolida a participação do Partido da República na nossa coalizão de governo, o que, para nós, é muito importante, e o faz de forma extremamente qualificada. O PR é um partido que está conosco desde o dia em que o grande brasileiro José Alencar concorreu à vice-presidência da República em dobradinha com o ex-presidente Lula, o que nos levou à vitória nas três eleições que se seguiram – disse Dilma durante discurso no Palácio do Planalto.
Segundo a presidente, Borges terá, a partir de agora, a “desafiadora missão” de “transformar o Brasil em um país moderno e eficiente, mais competitivo, cada vez mais justo e desenvolvido”. A presidente falou dos desafios na manutenção e duplicação de rodovias e da ampliação da malha ferroviária do país.
Dilma disse que o Brasil nunca teve um “surto ferroviário”, a exemplo de países como os Estados Unidos, a Inglaterra e a Índia, que tiveram seu desenvolvimento baseado na expansão de ferrovias.
– Um país que tem uma vocação para produzir minério, para produzir, consumir e exportar grãos, é um país que precisa de uma estrutura ferroviária que corte de Norte a Sul, de Leste a Oeste.
César Borges afirmou que dará continuidade ao que já está sendo feito pelo governo federal. Ele destacou que pretende visitar todos os Estados para conhecer a realidade de cada um e deve começar por Mato Grosso, onde prometeu acompanhar o processo de escoamento da safra de soja.
O novo ministro ressaltou que dará atenção especial à logística no país. Com o apoio do setor privado, o governo pretende garantir investimentos de R$ 70 bilhões na infraestrutura, em um prazo de cinco anos.
– A prioridade é colocar em prática, em andamento, a melhoria de toda a nossa infraestrutura logística. Essa é uma necessidade do país. Esse passivo tem que ser enfrentado com muita determinação. O país é grandioso, precisa de estradas, de rodovias, não só na sua quantidade, como na qualidade – apontou Borges.
Dilma também agradeceu o trabalho de Paulo Sérgio Passos, que comandava o Ministério dos Transportes desde a saída de Alfredo Nascimento (PR), que ocorreu após denúncias de irregularidades em 2011. Ela encaminhará ainda hoje ao Senado a indicação do nome de Passos para ocupar a diretoria-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
– Quero agradecer a Paulo Sérgio Passos, a sua dedicação, sua competência e sua seriedade – disse.
A presidente ainda relembrou a reestruturação da capacidade do Estado de planejar a logística, que começou com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Dilma disse que o governo federal ficou muitos anos sem investir consideravelmente em projetos de rodovias, ferrovias e portos, o que teria comprometido, inclusive, a capacidade de se criar projetos bem elaborados. Para acelerar as obras, ela ressaltou a importância do Regime Diferenciado de Contratação (RDC), que agiliza as licitações, e as parcerias com a iniciativa privada, como a que prevê R$ 133 bilhões para construção de ferrovias.
– Desde agosto do ano passado, além das atividades e atribuições que o Ministério dos Transportes tem, de duplicar, de ampliar e de construir ferrovias, nós lançamos um ousado processo no sentido de chamar a iniciativa privada para, conosco, fazer o desenvolvimento da logística brasileira. Tanto na área de rodovias, quanto na de ferrovias. Essa parceria é algo crucial para o Brasil e é apenas a primeira etapa. Fazer 7,5 mil km de rodovias e 10 mil km de ferrovias – afirmou.