Em meio a mais de 70 mil trabalhadoras estava a agricultura Constância Cesária, que veio do interior do Espírito Santo. Com a ajuda da família ela cultiva banana, laranja e café em uma pequena propriedade. O pedido para a presidente era um só.
? Nós estamos precisando de preço, tudo o que a gente planta não tem valor ? lamentou Constancia.
É a mesma reclamação de Janete Eger, que viajou mais de dois mil quilômetros de Crissiumal, no Rio Grande do Sul, até a capital federal.
? Eu acho que está faltando muito apoio e incentivo para todas as áreas. Principalmente do leite, que é o que a maioria trabalha ? disse Janete.
As comitivas vindas de todos os Estados tomaram a Esplanada do Ministérios e o gramado do Congresso Nacional.
? Ela é protagonista, ela produz, ela lida com a terra, lida com os filhos, lida com a comunidade e com a cultura. Creio que a marcha está trazendo essa visibilidade à tona para a sociedade brasileira ? observou Alberto Broch, presidente da Contag.
A presidente Dilma Rousseff fez questão de ir até o local onde estão acampadas as agricultoras para anunciar medidas. Entre elas, a destinação de 5% do orçamento do Programa de Aquisição de Alimentos para a compra de produtos de organizações compostas por mulheres.
O Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural será ampliado, assim como o acesso ao Pronaf Mulher. Os novos contratos de Assistência Técnica e Extensão Rural deverão garantir participação de no mínimo 30% de mulheres entre os beneficiados.
As campanhas nacionais de Prevenção ao Câncer de Mama e de Colo de Útero serão estendidas à zona rural. E o governo promete ainda a construção de 16 unidades básicas de saúde fluviais. Além de ações de combate à violência e melhora da educação rural.