Sampaio, ex-secretário de Agricultura de São Paulo e atual presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp (Consag), explicou que o encontro foi um primeiro contato para narrar ao relator como ocorreu a construção do Consecitrus e faz parte da fase de preparação da instrução do processo. Ele afirmou que outras entidades representativas dos produtores de laranja também serão convidadas pelo relator do Cade.
O Consecitrus irá estabelecer parâmetros técnicos para remuneração dos citricultores, com base na qualidade da matéria-prima entregue nas indústrias, a exemplo do que é feito com sucesso no setor sucroalcooleiro. Sampaio disse lamentar que o Consecitrus não possa começar a funcionar nesta safra, pois ainda depende da aprovação do estatuto pelo Cade e a colheita já começou em algumas regiões.
Após dois anos de discussão, o Consecitrus foi criado no mês passado, em meio a um racha no setor, uma vez que o acordo firmado entre as indústrias e a Sociedade Rural Brasileira (SRB) deixou de fora outras entidades como a Associação Brasileira dos Citricultores (Associtrus) e a Federação de Agricultura e Pecuária de São Paulo (Faesp).
A Associtrus saiu na fase inicial das discussões por discordar da proposta de estatuto. As divergências entre as Faesp e a SRB surgiram quando a federação pediu o dobro de assentos destinados aos representantes dos produtores no Consecitrus. A Faesp abandonou as negociações quando João Sampaio foi indicado para comandar o Consecitrus. O ex-secretário acredita que o estatuto será aprovado pelo Cade e que as outras entidades representativas do setor devem mais tarde aderir ao conselho.