Brito afirmou que as potencialidades brasileiras no agronegócio fazem com que temas de interesse nacional, como as questões indígenas, quilombolas e fundiárias, sejam usadas “para trazer insegurança ao campo”.
No entanto, ele disse que a sociedade, tanto urbana quanto rural, “está tomando conhecimento que essas ações não estão querendo defender ninguém, estão querendo apenas mudar o regime político, acabar com a democracia, por meio da própria democracia”.
Brito ressaltou que o agronegócio tem colocado o Brasil em uma posição de destaque, apesar de a produção de alimentos ocupar um pequeno espaço no território do país.
? A agricultura e a pecuária juntos somam 240 milhões de hectares. Os assentamentos, que são quase 8 mil, têm 77 milhões de hectares. Eu gostaria de saber qual é a produção e a produtividade deles ? disse.
Apesar das críticas, Leôncio Brito reconhece que ainda é necessário organizar a regularização fundiária no Brasil.
? Não se sabe exatamente na Amazônia, por exemplo, se é realmente 66% de terras públicas e 34% de particulares, o que se sabe é que o agronegócio tem a menor área nos 851 milhões de hectares (do território brasileiro) ? afirmou.
Em resposta às afirmações de Brito, o deputado federal Adão Pretto (PT-RS), ligado aos trabalhadores sem-terra, afirmou que os grandes proprietários rurais estão preocupados com a atenção que a sociedade tem dado à falta de alimentos no mundo.
? E quem produz os alimentos é a pequena agricultura, são os assentados, é a agricultura familiar. Esse é o povo que produz mais de 70% dos alimentos que o nosso povo consome ? afirmou Pretto.
? Essa marcha (realizada esta semana em vários pontos do país) foi para isso, para abrir os olhos da sociedade de que o agronegócio, a agricultura patronal é responsável por tudo isso que está ocorrendo ? acrescentou o deputado, em referência também à degradação do meio ambiente, além dos preços de alimentos.