? Ninguém discorda que é preciso modernizar, mas o substitutivo foi feito sem muitas discussões técnicas. Estamos num debate entre os dois grupos (ambientalistas e ruralistas). Precisamos de uma discussão mais técnica e mais isenta ? afirma a advogada especialista em Direito Ambiental Bibiana Carvalho Azambuja da Silva.
Bibiana destaca o papel fundamental da lei para toda a sociedade. Ela lembra que o código é uma norma que disciplina a proteção da flora e institui espaços territoriais especialmente protegidos. Ao cuidar da flora, ele protege águas, fauna e solo. Em um país com a riqueza natural do Brasil, determinar como a terra será utilizada tem um peso imenso.
Por isso a insistência de entidades como a Academia Brasileira de Ciências (ABC) em estender o debate. Em carta enviada ao deputado Aldo Rebelo (PC do B/SP), autor do substitutivo do projeto de lei que pretende ver finalizado até o final deste mês, a ABC e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) afirmam entender que “qualquer aperfeiçoamento deva ser conduzido à luz da ciência, com a definição de parâmetros que atendam a multi-funcionalidade das paisagens brasileiras”.
O debate sobre o tema ainda deve contar com novas audiências públicas nas próximas semanas, antes da votação final do projeto. Em recente entrevista, a senadora Kátia Abreu (DEM/TO), presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), afirmou que tudo é negociável desde que tenha explicação científica. Na mesma linha, Rebelo disse estar aberto ao aprimoramento do projeto:
? Minha ambição é aprovar uma lei que atenda aos interesses do povo brasileiro em todas as instâncias ? afirma Rebelo.