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Disputa entre produtores e índios afeta a economia de MS

Estado concentra o maior número de terras ocupadas por indígenas no país, com 78 mil hectares invadidos, sendo 39 mil hectares agricultáveis

João Henrique Bosco | Amambaí (MS)

O conflito de terras que envolvem produtores rurais e índios parece não ter fim. A Expedição Soja Brasil esteve em Mato Grosso do Sul, estado que tem a situação mais crítica nesta disputa, e o clima de tensão permanece. Quem perde nesta briga é a economia da região.

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O estado concentra o maior número de terras ocupadas por índios no Brasil. Em todo Mato Grosso do Sul, 96 fazendas que enfrentam este problema. O caso mais emblemático é na região de Buritis. De 33 fazendas localizadas a um raio de 17 mil hectares, 29 delas estão ocupadas. Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária do estado (Famasul), os produtos aceitam ceder o terreno, desde que a remuneração possibilite ele continuar a produzir.

– O produtor rural que se encontra invadido ou impedido do acesso à propriedade, ele concorda, na sua grande maioria, em vender, mas desde que seja pago um valor compatível com o mercado e que possibilite a aquisição de um terreno em outro município, para continuar com a sua produção rural – argumenta o assessor jurídico da Famasul Daniel Caldibelli.

Segundo a federação, em todo Mato Grosso do Sul, quase 78 mil hectares estão ocupados por índios. Deste total, 39 mil hectares eram áreas agricultáveis antes do conflito. A população indígena no estado, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de 61,7 mil índios. Fazendo um cálculo simples, chegamos à media de um índio para pouco mais de 1000m².

– O impacto é enorme, não só para os produtores com áreas afetadas, mas para os que não tiveram suas áreas afetadas. Não é uma região chamativa por causa da insegurança jurídica. Hoje, a nossa região é abandonada até mesmo nos valores capitais de terras, a situação é gravíssima – afirma o presidente do Sindicato Rural de Amambaí, Ronan Nunes da Silva.

Sem solução

O produtor Firmino Aurélio Escobar, 83, é um dos afetados. A família dele possuía o terreno desde 1880, mas há cinco a propriedade está com uma ocupação. Dos 1723 hectares da fazenda localizada em Paranhos, 1123 foi ocupado. O que antes era uma lavoura de soja, agora nada se produz.

– Eu não esperava que fosse passar por isso. Eu quero resolver este problema ainda vivo – lamenta.

Desde 2013 o produtor Ricardo Macedo não passa da cerca da propriedade. Os 125 hectares em que plantava soja hoje está tomando pelo mato. Macedo já registrou cinco ocorrências na polícia. Em um dos processos, o delegado apontou o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) como incentivador das ocupações.

– Não tem segurança, nem segurança jurídica. A gente não tem segurança de estar aqui – critica o agricultor.

Outro lado

A nossa equipe procurou o Cimi, mas ninguém quis gravar entrevista. Em nota, a Fundação Nacional do Índio (Funai) afirma que reconhece a legitimidade da luta dos povos indígenas em Mato Grosso do Sul. O órgão diz que repudia qualquer ação embasada em atos de força e violência, assim como repudia a tentativa de criminalização de lideranças e da população indígena em geral.

Veja a reportagem:

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