Segundo os governistas, existem outras prioridades para a agricultura brasileira, além de manter uma CPI Mista que, na avaliação da base aliada, tem como aposta o aumento do conflito e não a busca de soluções.
? Eu entendo que a agricultura brasileira precisa de políticas concretas como, por exemplo, trabalharmos o seguro agrícola, mais financiamentos, programas. Esta é a pauta que a agricultura precisa. A oposição está apostando numa pauta de acirramento dos conflitos ? afirmou o líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT/RS).
? O ponto mais importante do que desviar dinheiro público que poderia ser destinado à saúde, educação ou para assentar quem realmente precisa, e desviar para um movimento? Eu não entendo como ter algo mais relevante, mais importante do que isso ? retrucou Ronaldo Caiado (DEM/GO).
Apesar do prazo dado pelo presidente do Congresso, ainda é pequena a movimentação dos partidos para indicar os membros da comissão. Também não há data para o início dos trabalhos. Em meio às indefinições, a base aliada do governo articula um contra-ataque.
O presidente da Frente Parlamentar da Terra, Dr Rosinha (PT/PR) quer ampliar as investigações de repasses públicos a entidades ligadas ao agronegócio. Na mira estão o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop).
? Fiz um requerimento solicitando do Poder Executivo qual foi o repasse para o Sescoop e Senar. Mas são 30 dias para responder. De qualquer maneira existe, porque há cobrança compulsória, não é verba de convênio, é dinheiro público.
A coordenação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) classifica a CPI como um instrumento de perseguição política e quer buscar o apoio da sociedade para discutir os problemas da reforma agrária no país.
? Perseguição política dos ruralistas contra a reforma agrária e contra o MST. O MST está sofrendo a terceira CPI em cinco anos. Já foi investigado pela Polícia Federal, Ministério Público e comarcas de cada região e achamos que não há nada para esconder. Essa CPI é ideológica, com cunho eleitoral para criminalizar o MST e os demais movimentos sociais que lutam pela terra , por isso chamamos a sociedade para lutar contra a CPI ? disse o coordenador nacional do MST, João Paulo Rodrigues.