Para garantir lucratividade, a saída dos produtores da região foi diversificar a produção, cultivando variedades diferentes de hortaliças. Na propriedade de 150 mil metros quadrados de Evandro Frigeri, a maior parte da área é dedicada à produção de alface. Mas em menos de 1% da área estão mudas de rúcula e coentro, que tiveram uma produtividade melhor.
– A gente partiu pra rúcula, cheiro verde e coentro pra mudar, pra não ter problema com a doença da alface. Foi o que salvou a gente nos 70 dias de produção e cobriu o custo do sítio – conta Frigeri.
A alface foi contaminada por uma virose conhecida como “vira-cabeça”. Segundo o engenheiro agrônomo, Frederico Caldeira, o inseto é pequeno e vive no meio das folhas, o que dificuldade encontrá-lo. Este inseto transmite um vírus que deixa as alfaces feias, com as folhas murchas. Nos primeiros meses do ano, o tempo muito quente e seco colaborou para o aumento da doença.
– O “vira-cabeça” é um complexo de algumas viroses que têm o mesmo sintoma, o “enferrujamento” das plantas e o “encarquilhamento”, onde a planta para de crescer, de vegetar e vai definhando – explica Caldeira.
As alfaces contaminadas perdem o valor comercial. Hoje, o produtor vende a dúzia de alfaces a R$ 20. Já houve redução do valor pago durante o verão, porque aos poucos a produção vai aumentando.
– Chegou a R$ 24, R$ 25, mas a tendência é abaixar este preço – diz o produtor.
Na Central de Abastecimento, a Ceasa, de Campinas (SP), a alface chegou a subir quase 40% de uma semana para outra. O quilo da alface, que corresponde em média a três unidades, custa R$ 5,30 no atacado. Para o coordenador de mercado de hortigranjeiros da Central, Marcio de Lima, a tendência é de estabilização.