Em Nova Mutum, o preço da saca na moeda norte-americana não está conseguindo cobrir os custos dos produtores, que aguardam melhores oportunidades de negociação
Manaíra Lacerda | Nova Mutum (MT)
Em Nova Mutum, cerca de 60% da safra de soja já foi comercializada, mas a maior parte das vendas foi feita em reais. Quem fez dívidas em dólar está preocupado.
Há cinco meses, a saca vendida em dólar no município valia quase US$ 19,00 e, atualmente, este valor não passa de US$ 15,00. A queda de preço complica a situação de produtores como Nildo Peccin, que plantou 7100 hectares e ainda não comercializou nem um terço da safra.
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O custo do agricultor ficou em 35 sacas por hectare. Para pagar a dívida e sair no lucro, ele vai precisar vender, pelo menos, 25% da produção em dólar. O problema é que, até agora, ele só negociou 8% na moeda norte-americana. Isso porque Peccin considera muito baixo o valor pago. A meta é conseguir, pelo menos, US$ 17,00.
– Como em real não foi satisfatório perante outros anos, a gente travou em dólar. Eu devo travar mais 20% para cobrir o meu custo em dólar. Eu prefiro arriscar porque ainda tem muita água para rolar. A safra está atrasada no estado. Temos até abril para que o que acontece com a safra brasileira – justifica.
Para o presidente do Sindicato Rural do município, Luiz Carlos Gonçalves, a melhor saída é aguardar preços melhores.
– O produtor está apostando no clima para uma subida de preços. Não existe outro caminho agora do que esperar. O produtor esperou, a tendência dele agora é apostar em um mercado futuro melhor para ele poder, com a produção dele, fechar todos os seus compromissos – explica.
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