Para quem vive da terra e depende das condições do clima, o seguro rural é garantia indispensável. Quem todo ano arrisca perder tudo com secas, chuvas e granizo dificilmente abre mão. Por isto, mesmo o governo federal paga uma subvenção às seguradoras e financia 50% do valor pago em caso de perdas.
O problema é que desde outubro do ano passado o governo não paga o seguro rural. Dos R$ 198 milhões previstos para 2010, apenas R$ 35 milhões foram repassados. A dívida, atualmente, é de R$ 162,7 milhões. Por enquanto, as seguradoras estão pagando em dia, mas há ameaças de que abandonem o negócio.
No Brasil, seis seguradoras oferecem o serviço. Uma delas é a UBF Seguros, que cobra uma dívida do governo de R$ 9 milhões.
? Sem o pagamento do governo elas (as seguradoras) vão deixar de operar neste ramo ou vão ofertar apenas sem subvenção, ou seja, o volume de prêmio vai ser muito pequeno e vai se tornar antieconômico. O agricultor quer comprar, as safras de inverno já não tiveram segurado. Os agricultores hoje estão sem condições de comprar apólice de seguro pelo problema do custo ? conta o diretor-presidente da UBF Seguros Luiz Roberto Foz.
O presidente da Federação Nacional das Empresas de Seguro, Luiz Carlos Meleiro, aponta outro problema: a relação com as resseguradoras, que dão aporte financeiro as seguradoras. Muitas são estrangeiras e podem perder a confiança e a disposição de investir no mercado brasileiro.