Segundo a técnica da CNA Rosimere dos Santos, há 24 anos o governo tenta renegociar a dívida agrícola do Nordeste com ações paliativas, como as que estão sendo tomadas neste momento.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba, Mário Borba, destacou iniciativas do governo, como a suspensão de execução judicial e a liberação de crédito. No entanto, segundo ele, essas ações não se concretizam para os agricultores do Nordeste.
Para Borba, resolver o problema é uma decisão política. Ele chegou a comparar com a desoneração de R$ 44 bilhões concedida pelo governo ao setor automobilístico, cujo valor é três vezes maior do que o total da dívida dos agricultores.
O debate é realizado pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural.
Cobrança indevida
O deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) e o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba, Mário Borba, afirmaram nesta terça que o Banco do Nordeste está fazendo cobranças indevidas dos agricultores nordestinos que possuem financiamentos.
Segundo Marcelo Castro, que é produtor de médio porte no Nordeste e tem financiamento junto ao Banco do Nordeste, estão sendo cobrados valores a mais nas parcelas. O parlamentar disse já ter avisado ao banco, mas que nada foi feito.
– Esse tipo de procedimento é inaceitável em um banco público. Tenho como provar e renuncio ao meu mandato se não provar que há irregularidade – desafiou Castro.
O Banco do Nordeste foi criticado por outros parlamentas, como o deputado Leonardo Gadelha (PSC-PB).
– A discussão do endividamento precisa passar pelo Banco do Nordeste, que precisa oferecer condições diferenciadas, por ser regional e público. Tem que diminuir desigualdades, se não será igual a um banco privado e a instituição não terá razão de ser.