Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Paraná tem mais de 80% de suas propriedades classificadas como pequenas e médias. Por isso, o Plano Safra apresentado nesta quinta, dia 17, seria ideal, não fosse a preocupação com o acesso aos R$ 16 bilhões.
Segundo a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Paraná (Fetaep), o Estado tem 300 mil agricultores familiares. Porém, há quatro anos, só 140 mil acessam o Pronaf. Para a entidade, isso significa que o restante não está em condições de obter o financiamento. Por isso, as vantagens do Plano Safra para a categoria correm o risco de não se transformar em benefícios concretos.
Para o assessor técnico da Fetaep em Londrina, Evalton Turci, só o dinheiro liberado com o plano não muda a realidade de muitos produtores que estão inadimplentes ou não sabem como utilizar os recursos. Ele espera programas que ajudem o pequeno agricultor nesse sentido, especialmente no Paraná.
? Hoje é mais difícil criar uma capacidade de pagamento para alguns produtores, uma capacidade de endividamento que às vezes ele não tem mais. Ou é mais difícil até mesmo estar próximo do produtor convencendo aquele produtor, orientando aquele produtor para ele fazer um novo projeto para ele entrar em uma nova atividade, em um novo financiamento, um novo compromisso para os próximos ano. O Paraná, principalmente, está muito carente dessa orientação, essa assessoria junto ao agricultor familiar, desses técnicos junto ao agricultor lá na base, lá no campo, lá na propriedade dele ? avaliou Turci.