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Ministério confirma caso de peste suína clássica em Alagoas; doença é diferente da africana

Enfermidade registrada em estado brasileiro possui menor gravidade que a peste suína africana, doença que tem atingido nações da Ásia, África e Europa

suíno na baia, epidemia de peste suína africana
Doença detectada em Alagoas tem menor gravidade que a peste suína africana, que tem atingido a Ásia. Foto: Pexels

O Ministério da Agricultura (Mapa) confirmou nesta sexta-feira, 11, a existência de um foco de peste suína clássica (PSC) no município de Traipu, em Alagoas. De acordo com a pasta, o criatório de suínos onde a doença foi detectada não tem vínculo com sistemas de produção tecnificados e o caso já teria sido notificado à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). A última ocorrência da doença no estado havia sido registrada em 1994.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) lembra que a enfermidade é diferente e tem menor gravidade que a peste suína africana (PSA), doença que tem atingido nações da Ásia, África e Europa.

Em comunicado, a associação informou que o Mapa e a Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal) seguem trabalhando para controlar o foco registrado. “Vale lembrar que o estado de Alagoas não está inserido na região brasileira considerada livre da enfermidade pela OIE”, disse a ABPA.

“Desde a confirmação, a propriedade foi interditada e o serviço veterinário estadual realizou o sacrifício e destruição de todos os suínos da propriedade. Outras medidas tomadas são: investigações de propriedades situadas no raio de 10 quilômetros em torno do foco e propriedades com algum vínculo epidemiológico, além do pronto atendimento a todas as notificações de suspeitas”, disse a pasta.

De acordo com o diretor substituto do Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária, Bruno Cotta, Alagoas não faz parte da zona livre de peste suína clássica, juntamente com Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Maranhão, Piau, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco.

“Essa nova ocorrência não interfere no status da zona livre de PSC reconhecida pela OIE, não justificando impactos no comércio internacional de suínos e seus produtos”, ressalta.

O Ministério da Agricultura informou ainda que os sinais clínicos observados neste caso em Alagoas foram transtornos circulatórios e lesões cutâneas erosivas, acompanhadas de conjuntivite em animais adultos e distúrbios neurológicos em suínos jovens. O diagnóstico foi confirmado pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária em Recife (PE), por meio de técnicas moleculares.

Diferença entre peste suína clássica e peste suína africana

Tanto a peste suína clássica (PSC) quanto a peste suína africana (PSA) são doenças virais graves, de acordo com a Embrapa Suínos e Aves. No entanto, a entidade ressalta que a africana é mais severa, tornando-se devastadora em criatórios de suínos e causando grandes perdas econômicas.

Cada doença é causada por um vírus diferente, mas as duas são semelhantes clinicamente, sendo necessário realizar diagnóstico laboratorial para diferenciar um agente causador do outro.

Segundo a Embrapa, a peste suína africana já ocorreu no Brasil no final da década de 1970, foi erradicada e atualmente é considerada exótica no país. Tanto o vírus da PSC como o da PSA não causam doença em humanos, afirma o órgão.

Zona livre de peste suína clássica

O Brasil possui um programa nacional para controle da peste clássica e atualmente grande parte do território é reconhecido internacionalmente como livre da doença. Todo o Centro-Sul do país, assim como os estados do Acre, Rondônia, Tocantins e Bahia estão incluídas nessa área livre da peste suína clássica, que concentra mais de 95% da indústria suinícola brasileira.

“Toda a exportação brasileira de suínos e seus produtos são oriundos da zona livre, que incorpora 15 estados e o Distrito Federal e não registra ocorrência da doença de PSC desde janeiro de 1998”, informa Cotta, do Mapa.

Os limites entre as zonas livre e não livre de PSC são protegidos por barreiras naturais e postos de fiscalização, onde procedimentos de vigilância e mitigação de risco para evitar a introdução da doença são adotados continuamente, conforme normas e procedimentos estabelecidos pela pasta.

“Após a confirmação de focos de PSC no estado do Ceará, em outubro de 2018, o Departamento de Saúde Animal, junto com os serviços veterinários estaduais, promoveu a intensificação das atividades de vigilância para a doença em todas as regiões Norte e Nordeste do país, o que contribuiu para a detecção da doença no Piauí, em abril de 2019, e agora em Alagoas”, diz Cotta.

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