O dólar comercial opera esta terça-feira, 3, em alta frente ao real, novamente acima de R$ 4,50. A moeda oscilou na abertura dos negócios, acompanhando o exterior onde voltou a ganhar força enquanto investidores monitoram a reunião dos países do G-7 e de bancos centrais que tentam traçar ações para os efeitos do coronavírus. Às 10h de Brasília, a moeda norte-americana operava em alta de 0,28% no mercado à vista, cotada a R$ 4,503 para venda, enquanto o contrato futuro para abril subia 0,56%, a R$ 4,508.
Lá fora, o mercado monitora o encontro do G-7, os países mais desenvolvidos do mundo, e de presidentes de bancos centrais, como Jerome Powell, mandatário do Federal Reserve (FED), o banco central norte-americano, além do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin.
“A ausência das autoridades econômicas globais, até pela falta de informação sobre a extensão do problema na China, era um dos elementos que incrementava a volatilidade nos mercados financeiros e com isso, a perda de valor dos ativos se intensificou de maneira ímpar”, avalia o economista-chefe da Infinity, Jason Vieira.
Ele acrescenta que, apesar de movimentação para uma possível coordenação dos bancos centrais, o problema ainda é a ausência de instrumentos críveis para responder a tais crises, dado o aprofundamento dos juros negativos em vários países da Europa e no Japão.
Aqui, após o Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizar no comunicado da última reunião de política monetária que pausaria o corte da taxa de juros, investidores começam a apostar em um novo corte da taxa Selic, de 4,25% para 4% para o ano. “Monitorando o comportamento dos bancos centrais estrangeiros, o mercado aqui já precifica 40% de chance de redução da Selic na próxima reunião [em 17 e 18 de março]”, diz a equipe econômica da corretora Commcor.
Os analistas da corretora acrescentam que o dólar diminuiu a volatilidade nas últimas sessões e tem ficado às margens do nível de R$ 4,50 como reflexo da falta de atuação do Banco Central que, não anunciou novas intervenções no mercado.