Economia

Dólar abre em alta atento ao avanço do coronavírus, e atinge R$ 4,49

Investidores seguem atentos a rumores de que Bancos Centrais podem atuar de forma coordenada a fim de conter o avanço do vírus por meio da política monetária

dólar
    Foto: Pexels

O dólar comercial opera em alta frente ao real acompanhando as moedas de países emergentes que seguem acumulando perdas em meio ao avanço do coronavírus no qual soma casos em mais de 50 países. Investidores seguem atentos também a agenda de indicadores fortes ao longo da semana, enquanto acompanham rumores de que Bancos Centrais podem atuar de forma coordenada a fim de conter o avanço do vírus por meio da política monetária.

Às 9h53 (de Brasília), a moeda norte-americana operava em alta de 0,15% no mercado à vista, cotada a R$ 4,491 para venda, enquanto o contrato para abril subia 0,15%, a R$ 4,497. O coronavírus teve forte desdobramento no fim de semana com novos casos confirmados ao redor do globo, enquanto na China, o número de casos desacelera, apesar de registrar 2,9 mil mortes e somar 80 mil casos.

A Itália, por sua vez, acumula mais de 1,5 mil casos e mais de 30 mortes, sendo o principal epicentro da doença na Europa. Para o economista-chefe da Infinity Asset, Jason
Vieira, a intensidade do fim de semana mostra o quanto o mercado está “sensível” ao coronavírus.

Uma onda de otimismo atingiu alguns mercados com rumores de que Bancos Centrais podem atuar em ação coordenada, incluindo o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) para conter os efeitos do avanço do vírus pelo mundo. Segundo o economista-chefe da Necton Corretora, o mercado cria “suas próprias ilusões” na esperança de tentar dar ordem ao que “no fundo não
tem”.

“Isso não deve acontecer. Hoje, não há orçamento monetário nos BCs para coordenar algo do tipo, as taxas de juros já estão no chão e o balanço da maioria dos bancos centrais já estão inflados. Há algum tempo, o próprio Fed voltou a expandir seu balanço injetando liquidez pela porta dos fundos do  sistema e por aqui, o BC já diminuiu os compulsórios”, explica.

Perfeito acrescenta que há pouco o que fazer via juros se as economias mundiais deslocam seus esforços da produção para a prevenção ao  espalhamento do vírus. “Se os países continuam adotando medidas como fechamento de fábricas, férias escolares e cancelamentos de eventos, os juros  são ferramenta inócua”, ressalta.