Dólar em alta ajuda o mercado interno do milho, afirma Imea

Todos os indicadores nacionais apresentaram alta na última semana. Já no comércio exterior, grão apresenta queda de 26% em um anoCom a alta do dólar na semana anterior, o mercado interno de milho continuou seu movimento de alta, registrando elevação de 3,96%, com valor de R$ 11,72/saca em Mato Grosso. Os dados são do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).  Na BM&F, o aumento da cotação do milho foi mais comedido, apenas 0,36%, com o cereal valendo R$ 23,18 a saca. Já em Campinas, o indicador Cepea foi de, em média, R$ 21,97/saca.

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Outra variável afetada pelo câmbio foi a paridade para julho de 2015, que apresentou aumento de 5,08%, mesmo em um cenário de queda na Bolsa de Chicago (CBOT), com baixa de 1,01% para o contrato com vencimento no mesmo mês.

Cotação em baixa desde abril

As cotações do milho na Bolsa de Chicago vêm apresentando queda acentuada desde abril de 2014, cenário que deve se manter por um tempo, pois, segundo o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), da safra recorde de 365,66 milhões de toneladas dos EUA, 12% da área cultivada já foi colhida até esta semana, e 74% das lavouras estão em condições boas ou excelentes.

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Se comparada a cotação na CBOT de agosto deste ano com a do mesmo mês de 2013, verifica-se uma queda de 26% no valor, saindo de US$ 4,83/bushel para US$ 3,59/bushel. Com os ágios e deságios do prêmio, a redução foi de apenas 2%. Já o comparativo para setembro indicou uma queda de 27% somente na cotação da CBOT e diminuição de 8% se acrescentarmos os prêmios.

Para amenizar as perdas, os atuais prêmios pagos nos portos brasileiros estão equalizando os preços baixos do mercado internacional para viabilizar a comercialização.

Fretes mais baratos

No começo de 2014 os preços de frete para o milho chegaram a ser os maiores da história em Mato Grosso, permanecendo elevado por boa parte do primeiro semestre. O mês de junho marcou o início e a arrancada da colheita de milho no Estado e a partir de então começaram as entregas do cereal, demandando assim o transporte rodoviário para escoamento até os armazéns e os portos brasileiros.

No entanto, mesmo com a janela de exportação do milho aberta, os preços do frete em setembro apresentaram queda de 23,73% em relação ao início do ano. Dentre outros fatores, como a maior oferta de caminhões e a melhor organização dos portos, a armazenagem do cereal em silos bolsas tem possibilitado que os produtores não se afobem para escoar a produção, permitindo a busca por melhores preços de comercialização no mercado e, consequentemente, reduzindo o ritmo dos carregamentos do cereal.