O dólar comercial atingiu o valor mínimo de R$ 4 na manhã desta quinta-feira, 24. No Brasil, prevalece o otimismo após a conclusão da aprovação da reforma da Previdência no Senado, que pode ter aberto portas para a entrada de capital estrangeiro. Porém, analistas chamam a atenção para possíveis correções ao longo da sessão após a moeda estrangeira se desvalorizar em 2,3% no mercado local em dois dias.
Às 9h39 de Brasília, a moeda norte-americana operava em queda de 0,47% no mercado à vista, cotada a R$ 4,170 para venda, enquanto o contrato para novembro tinha queda de 0,44%, a R$ 4,0180.
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A equipe econômica da H.Commcor considera que o forte recuo no pregão de quarta, 23, a R$ 4,03 – menor valor em dois meses – veio do ‘desmonte de posições’ de diversas estratégias para a possibilidade de algum problema nos trâmites para aprovação da Previdência. Além disso, eles chamam a atenção para uma entrada de recursos estrangeiros na semana passada que somou mais de US$ 630 milhões.
Os analistas da corretora acreditam que o ambiente externo é ainda favorável. Isso porque os resultados de balanços corporativos estão animadores, já que os principais bancos centrais estão cada vez mais dispostos a afrouxar o cenário monetário, além da falta de notícias negativas em torno da guerra comercial entre Estados Unidos e China.
“Mas investidores estão cientes da iminência de correções técnicas e realização de lucros em algum momento, especialmente se algum fator local ou externo, alimentar alguma aversão ao risco pontual”, acrescentam.
Apesar do bom humor no Brasil, o analista de câmbio da Correparti, Ricardo Gomes Filho, destaca a votação do Supremo Tribunal Federal (STF), que deverá ter continuidade, em torno da prisão após condenação em segunda instância. O mercado monitora a possibilidade de o ex-presidente Lula ser solto e os potenciais efeitos que poderia ter na Operação Lava Jato.