O dólar comercial opera em forte alta frente ao real nesta quarta, 22, nas máximas da história durante o pregão, companhando o exterior negativo para as moedas de países emergentes e ligadas às commodities em meio à derrocada do preço do petróleo, além de correção na volta do feriado no Brasill. Entre as principais divisas, o real é a que mais se desvaloriza.
Às 12h10 de Brasília, o dólar à vista avançava 1,60%, negociado a R$ 5,393 para venda, depois de oscilar na mínima de R$ 5,304 e máxima histórica intraday de R$ 5,397. O contrato para maio tinha alta de 1,39%, a R$ 5,396.
“A tendência segue de dólar valorizado lá fora com potencial de chegar a R$ 5,50. Esse movimento não é apenas local. Lá fora, investidores seguem em ritmo de cautela”, comenta o diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik.
Apesar do mercado acionário operar com sinal positivo, assim como o preço do petróleo, as principais moedas de países emergentes perdem em relação ao dólar em meio às incertezas que assombram as economias com os desdobramentos do novo coronavírus na economia. A economista-chefe de uma corretora local ressalta a ‘falta de fluxo estrangeiro’ no mercado doméstico, o que sustenta a moeda em patamares históricos.
“Tenho escutado que o mercado não tem vendedor. O investidor que tem dólar está segurando. Nosso principal vendedor, o Banco Central, tem entrado de forma leve no mercado e hoje é dia de entrar já que estamos totalmente fora do compasso de outras moedas emergentes”, acrescenta Rugik sugerindo que o BC deverá atuar no mercado nesta quarta-feira. “Pode ser com dólares à vista ou com swap cambial [operação de venda de dólares no mercado futuro]”, completa.